Dezenas de servidores compareceram ao Paço Municipal na noite de quinta (25) para saber os rumos da Capep – Saúde.
A Capep foi fundada em 1911, ou seja, há 107 anos.
Recebidos pelo secretário de Gestão, Carlos Teixeira Filho, o Cacá, no saguão do Paço, os servidores ouviram algo que temiam: não está descartada a possibilidade da Capep Saúde ser repassada à iniciativa privada, algo que se comenta há tempos nos corredores do Palácio José Bonifácio.
“A Capep não vai acabar”, enfatizou o secretário.
No entanto, ele reconhece as dificuldades da manutenção do plano da forma como está, com os servidores pagando 3% da folha de pagamento e a diferença sendo quitada pela Prefeitura.
“Nós temos que estudar uma fórmula para saber qual caminho seguir: se será pela Administração Direta ou, conforme comentado sobre um estudo que não se concluiu, sobre a questão de um plano de saúde (como substituto)”, disse.
Neste momento, aos gritos e vaias, os servidores presentes rejeitaram esta alternativa.
Cacá salientou que pessoalmente contatou o provedor da Santa Casa, Ariovaldo Feliciano, para que o hospital não deixe de atender os servidores municipais.
Dívida
Segundo o sindicato dos Servidores, a dívida do Município com a Capep chegaria a R$ 7.247.194,54 – ou seja, apenas o dinheiro repassado do salário dos servidores seria transferido ao plano de saúde municipal, que atende cerca de 30 mil pessoas.
A parte da Prefeitura, equivale a 4% da massa salarial, não estaria sendo repassada ao plano de saúde, conforme o Sindicato dos Servidores.
Quanto aos valores devidos pela Administração, o secretário já solicitou informações à Capep.
Não bastasse, o atual índice de 3% repassado pelos servidores poderá ter a alíquota aumentada.
Indagado sobre o assunto por uma servidora, o secretário nada comentou.
Audiência e assembleia. E o presidente de férias…
Os servidores também se manifestaram pela saída do atual presidente da Capep, Eustázio Pereira Filho.
Ele está em férias e só retorna em meados de novembro.
Enquanto isso, na última quarta-feira (31) de outubro, a Câmara de Santos promove audiência pública para discutir o assunto.
Além disso, os servidores resolveram marcar uma assembleia na quinta (25), às 18h30, no Sindicato dos Metalúrgicos (Av. Ana Costa, 55, Vila Mathias).
Na pauta será discutida a participação ou não da comissão sugerida pela Administração, como pressionar para que o governo pague a dívida à Capep e os reembolsos mensais.
Além disso, o pedido de retirada do presidente da autarquia e mudança no estatuto para que os servidores possam escolher o responsável pela empresa.