Em meio à polêmica entre táxis e Ubers, o consumidor é o maior prejudicado. A partir de segunda (24), as linhas 203, 204 e 206 dos seletivos deixarão de operar em definitivo.
A alegação da CET, responsável pela permissão do serviço à Guaiuba Transportes – do grupo Translitoral, de Guarujá – é que as três linhas juntas transportam apenas 7% do total de passageiros, enquanto as outras quatro (201, 202, 205/Jovino de Melo e 205/São Jorge) são responsáveis por 93% dos usuários conduzidos.
Em seu site na internet, a Administração tenta se defender ao decretar o fim do serviço do seletivo, alegando que o transporte vem registrando queda de demanda desde 2014. Culpa a crise econômica pela situação.
Esquece, porém, que os seletivos atingem principalmente um público que prefere pagar um pouco mais (a tarifa custa R$ 3,90) para ter mais conforto (ar condicionado, som ambiente, garantia de lugares).
A questão é que as linhas são as mesmas desde sua origem, no final do século passado, não levando em consideração novos fluxos de consumidores. Uma ampla pesquisa sobre o assunto poderia identificar novas demandas.
Também é bom lembrar que a empresa renovou, por meio de dispensa de licitação, a concessão do serviço em agosto passado, pelo valor de R$ 3,6 milhões por um prazo de 180 dias – cerca de R$ 20 mil diários. O valor também inclui a operação das linhas turísticas, que funcionam aos finais de semana.