CVV recebe 200 ligações por dia para ajudar pessoas que necessitam de apoio | Boqnews
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Setembro Amarelo

16 DE SETEMBRO DE 2018

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CVV recebe 200 ligações por dia para ajudar pessoas que necessitam de apoio

Atualmente no número 188, o Centro de Valorização da Vida realiza atendimentos gratuitos em todo o território nacional

Por: Da Redação

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Considerado como mês da prevenção ao suicídio, o Setembro Amarelo teve seus primeiros passos em 2015, em Brasília, com iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) para conscientizar as pessoa sobre os problemas relacionados ao suicídio.

A Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP) estimula a conscientização mundial sobre a questão no dia 10 de setembro, data do Dia Internacional da Prevenção ao Suicídio.

O representante do CVV em Santos, Renato Caetano, de 54 anos, está há 35 trabalhando como voluntário no auxílio dos que mais necessitam de ajuda. “À época, fui por conta de uma namorada. Ela se foi, eu fiquei”, contou. Os telefonemas em busca de ajuda não param de tocar na sede do CVV Santos, localizado em um imóvel no Macuco.

Segundo Caetano, são aproximadamente 200 atendimentos/dia – os trabalhos são ininterruptos. Entretanto, no mês passado, foram 6.800 ligações recebidas.

As ligações pelo 188 são distribuídas pelos CVVs de todo o País. Ou seja, quem liga não necessariamente será atendido por alguém de uma unidade da sua cidade ou região. Contudo, no Brasil, as ligações se aproximam a 9 mil/dia.

O trabalho é realizado com apenas dois ramais para receber ligações. Entretanto, o voluntário relata que nas próximas semanas mais um ramal estará disponível para auxiliar nas ligações. Para ele, o falar ajuda a aliviar as tensões e clarear ideias de modo que a pessoa possa enxergar novas perspectivas. “Nós não interferimos em suas tomadas de decisões”, reforçou.

Ajuda profissional

Para quem necessita de ajuda, o CVV disponibiliza, além da linha telefônica 188, a conversa via chat. No entanto, ele ressalta que devido ao sigilo não realizam qualquer tipo de levantamento sobre o perfil das pessoas.

Na Cidade, a instituição conta com 60 voluntários capacitados para o exercício da profissão, além de mais 20 em treinamento.

“Capacitamos o candidato em um processo que dura aproximadamente 2 meses. O interessado pode por meio do site, manifestar interesse, clicar no link voluntário, identificar-se com nome, telefone de contato e cidade de onde é”.
No próximo dia 23, a CVV irá realizar uma passeata, em Santos, em prol da conscientização do suicídio.

Conscientização

Alunos de Psicologia da Universidade Católica de Santos (Unisantos) se mobilizaram para a realização de uma passeata sobre a conscientização a respeito do suicídio. Uma das idealizadoras do movimento, a estudante de Psicologia, Michelle Mareque, de 20 anos, conta que tudo começou por conta dos casos ocorridos em instituições de ensino.

Mas, segundo ela, a realização de apenas um evento no mês não daria importância para o tema. Desta forma, optaram por ampliar o debate entre os alunos. O evento havia sido divulgado via redes sociais e com alunos que participam de movimentos estudantis.
Contudo, mesmo sendo divulgada, a passeata, realizada na última segunda-feira (10), foi prestigiada por cerca de 12 pessoas. O que, desta forma, acabou deixando Michelle intrigada pela falta da adesão das pessoas.

“Pode ter sido por conta do horário das aulas noturnas ou o descaso com o tema”, lamentou.

Mas o tema será abordado em outras oportunidades. Na quarta (19), às 9 horas, ocorre a palestra Saúde Emocional e valorização da vida a ser realizada na sede da OAB Santos (Praça José Bonifácio, 55). O objetivo é justamente esclarecer o assunto junto aos jovens.

Preocupação

No ano passado, Santos registrou 23 mortes por suicídio – quase 1 por quinzena. No Brasil, entre 2011 a 2016, foram 63 mil. Assim, várias atividades estão programadas. A programação conta com palestras, filmes e debates e está voltada aos usuários do Centros de Atenção Psicossocial (Caps), trabalhadores da área da saúde e estudantes universitários.

“A pessoa que comete o suicídio ou tenta cometê-lo poderia ter pedido ajuda. Esse é um dos principais aspectos para que a sociedade passe a tratar esse tema com mais abertura”, informa Paulo Muniz, coordenador de Saúde Mental da Prefeitura.

Segundo o último boletim epidemiológico de tentativas e óbitos por suicídio no Brasil, em 2017, a taxa entre idosos com mais de 70 anos tem crescido. Nessa faixa etária, foram registradas em média 8,9 mortes por 100 mil nos últimos seis anos (2011 a 2016). A média nacional é 5,5 por 100 mil. Além disso, também chama atenção o alto índice de letalidade entre jovens, principalmente homens, e indígenas.

Apoio familiar

Em momentos difíceis, a base familiar é o alento para aqueles que sofrem com problemas pessoais. Na família Duarte, os laços se estreitaram após a filha Mônica (nomes fictícios) atentar contra a própria vida por três vezes. A mãe, Angélica, revelou que foi difícil descobrir os problemas da filha.”Não conseguia entender como não havia percebido nada antes. Sentia-me culpada”.

Desta forma, os pais se prontificaram a conversar mais vezes com a filha para tentar entender suas dificuldades. A mãe contou ainda que, durante o período conturbado, Bianca está sendo acompanhada por especialistas da área de saúde mental. “Ela faz acompanhamento com psicólogo e psiquiatra. Isso engloba medicamentos anti-depressivos e terapia”, revela.

Devido ao momento conturbado, Bianca afirma que pretende iniciar um projeto para auxiliar as pessoas que passaram por problemas semelhantes. “Não saber lidar com seus problemas, internos ou externos, é fator fundamental à sua sobrevivência. E o apoio que queremos obter para essas pessoas irá ajudá-las nesta luta”.

“Com o tempo, pretendo que ele alcance o maior número de pessoas possível, com encontros e palestras, onde possamos trocar experiências e vivências, superando nossos medos”.

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