Cinco em cada 100 vítimas fatais no trânsito no Estado de São Paulo morreram na Baixada Santista. Ao contrário da média paulista, que registrou uma queda de 8% na comparação de mortes entre o primeiro semestre de 2015 e o mesmo período deste ano, houve um crescimento de 0,6% de casos fatais, passando de 153 em 2015 para 154 no primeiro semestre.
Os dados fazem parte do levantamento divulgado pelo Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo www.infosiga.sp.gov.br, vinculado ao governo paulista, que apresenta dados do gênero, perfil da vítima e tipos de acidentes.
De acordo com o levantamento, o Estado apresentou 2.861 mortes no 1º semestre de 2016, contra 3.094 no 1º semestre de 2015. Foram 233 óbitos a menos. Em junho, o Estado de São Paulo registrou queda 11% no número de mortes no trânsito em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Os acidentes com vítimas também mostraram redução. Houve uma diminuição de 25%, segundo os dados do Infosiga-SP.
Na comparação, o total de vítimas fatais da região no primeiro semestre de 2015 representaram 4,9% do total de mortes no trânsito no Estado. Neste ano, a diferença foi ampliada para 5,4%, ou seja, de cada 100 acidentes de trânsito com vítimas fatais, um ocorre na Baixada Santista, uma média de quase uma morte por dia.
Dos nove municípios da Baixada Santista, seis apresentaram queda nos índices, com destaque para Praia Grande que teve 41 vítimas fatais no primeiro semestre do ano passado e 19 no mesmo período deste ano.
Em termos proporcionais, Bertioga foi o município que mais apresentou crescimento (625%) em decorrência da tragédia ocorrida no dia 8 de junho que matou 18 universitários que vinham de Mogi das Cruzes e desciam pela rodovia Mogi-Bertioga com destino a São Sebastião. (foto ao lado)
Do total de óbitos de acidentes de trânsito ocorridos em junho de 2016 no estado de São Paulo, por exemplo, 80% envolveram pessoas do sexo masculino, 27% eram jovens de 18 a 29 anos e 67% foram provocados por colisões e atropelamentos. Os dados deste mês indicam que pedestres (31%) e motociclistas (27%) foram a maior parte das vítimas.
Santos e São Vicente
Além de Bertioga, duas cidades apresentaram crescimento significativo no total de mortes na comparação do período. Santos passou de 17 para 28 vítimas fatais, registrando um aumento de 64,7%, enquanto São Vicente saltou de 19 para 25 casos, um acréscimo de 31,5%.
Convênio com os Municípios
Em fevereiro de 2016, o governo paulista assinou convênios com 15 municípios – Amparo, Atibaia, Barretos, Catanduva, Fernandópolis, Itanhaém, Jacareí, Piedade, Praia Grande, Registro, Ribeirão Preto, São Carlos, São José do Rio Preto, São Roque e Sorocaba. No total, estão sendo investidos R$ 10,5 milhões de recursos do Estado para investimentos em iniciativas voltadas para fiscalização, sinalização e educação para o trânsito.
Foram considerados municípios com números médios superiores a 15 óbitos por 100 mil e escolhidos por faixa populacional (até 100 mil habitantes, até 200 mil, até 400 mil e acima de 400 mil). Em Praia Grande, por exemplo, no ano passado, a média de acidentes era de 22,3 por 100 mil habitantes. A redução de 53,6% no total de casos na comparação dos semestres revela que as ações estão dando resultado.
Nestes municípios, estão sendo realizadas visitas de diagnóstico e construídos planos de ação para antecipar situações e realizar melhorias com relação à infraestrutura, fiscalização e conscientização. Um dos exemplos é a formação de um Comitê de Segurança de Trânsito em cada município. O comitê será composto por representantes dos órgãos e setores com atuações relacionadas ao tema (Polícias Militar e Civil; setores de Engenharia de Tráfego, Educação e Fiscalização no Trânsito; unidades de Saúde/Hospitais; SAMU; Corpo de Bombeiros; DETRAN; concessionárias/DER) com o objetivo de realizar análises e levantamentos de possíveis causas e soluções para a redução de acidentes e óbitos nos municípios.