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11 DE SETEMBRO DE 2008

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Desafio regional

Santos foi uma das primeiras cidades brasileiras a contar com um sistema organizado para o transporte público. No final do século 19, linhas de bondes rebocados por burros eram realidade nas ruas da Cidade. Já em grande parte do século 20, a Companhia City consolidou sua rede própria para o tráfego de bondes elétricos.  Estes […]

Por: Da Redação

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Santos foi uma das primeiras cidades brasileiras a contar com um sistema organizado para o transporte público. No final do século 19, linhas de bondes rebocados por burros eram realidade nas ruas da Cidade. Já em grande parte do século 20, a Companhia City consolidou sua rede própria para o tráfego de bondes elétricos.  Estes equipamentos atenderam de forma satisfatória às demandas impostas pela população da época.

Hoje, a Cidade se destaca como pólo regional atraindo veículos dos demais municípios da região e sofre as conseqüências.
Registros mostram que  a utilização do ônibus na Cidade iniciou em 1926, mas este modelo de transporte ganhou força na década de 50, com o monopólio da SMTC (Serviço Municipal de Transportes Coletivos) nas linhas municipais. A expansão da indústria automobilística no Brasil também colaborou com este processo.

Em 1963, entrou em operação a rede aérea de trólebus, sistema que existe até hoje, com seis carros operando na linha 20 (Gonzaga-Centro). No início, eram 17 veículos elétricos que completavam a frota dos ônibus movidos a diesel. Em 1976, a CSTC (Companhia Santista de Transportes Coletivos) nasceu  para cuidar deste setor. Em 1971, os bondes elétricos deixaram de circular, voltando no século 21 como meio de transporte apenas para fins turísticos.

Em 1994, o sistema de transporte em Santos foi totalmente privatizado. Apesar de legalmente constituída, a CSTC não operava mais este serviço no Município. Hoje, a responsabilidade de fiscalizar o sistema junto à empresa concessionária é da CET – Companhia de Engenharia de Tráfego.

 O presidente da empresa,  Rogério Crantschaninov, explica os desafios do transporte coletivo e do trânsito santista em tempos de modernidade. “Temos uma das frotas mais novas do País. Precisamos tornar o ônibus um meio atrativo para os usuários de automóveis. Só assim vamos melhorar o trânsito nas ruas”, crê.

Estrutura

A Cidade possui uma frota com 305 ônibus convencionais, distribuídos em 40 linhas circulares. As lotações complementares funcionam com 51 peruas vans e os seletivos operam  com 44 veículos. Eles transportam aproximadamente 4,4 milhões de passageiros por mês. Cerca de 25% destes usuários têm gratuidade nas passagens. “Equipes da CET e da concessionária se comunicam para monitorar o sistema. Em caso de problemas, eles adotam ações operacionais em conjunto”, explica.



Rogério conta que o contrato de permissão entre a Prefeitura e a concessionária do transporte coletivo em Santos impõe desafios operacionais e de ordem tecnológica. Para que o processo de melhoria  nos serviços seja mantido, a empresa teve que obter certificações em qualidade, meio ambiente e capacitação profissional.

A tecnologia da informação também é aplicada para oferecer comodidade e atrair novos usuários. Além dos créditos e catracas eletrônicas que já funcionam atualmente, os ônibus da frota municipal serão equipados com GPRS (General Packet Radio Service). “A CET e a operadora poderão monitorar em tempo real  os coletivos, controlando os itinerários e informando os motoristas sobre problemas nas vias públicas”.

Outra novidade fica por conta dos pontos de ônibus informatizados. A previsão da CET é que até o final do ano três locais estratégicos comecem a operar o sistema em fase de testes. Os passageiros poderão pesquisar a localização da  linha que estão esperando e saber em quanto tempo o veículo chegará.

Esta consulta também poderá ser feita pela internet. As paradas escolhidas para iniciar o projeto são a Praça Mauá, o Terminal do Valongo e o ponto de ônibus localizado perto da Praça das Bandeiras.

Integração regional

A falta de integração das linhas é um antigo problema no transporte da Baixada Santista. Cada cidade tem um sistema próprio, criando conflitos e exclusão entre as modalidades. Em Santos, linhas municipais e metropolitanas percorrem os mesmo itinerários, gerando um processo de deseconomia, poluição do ar  e elevação da tarifa.

Apesar da lotação nos horários de pico, algumas linhas circulam vazias entre os períodos. O presidente da CET diz que a saída a médio prazo é criar compatibilidades entre os sistemas, possibilitando  que os usuários troquem de linha sem pagar outra tarifa dentro de um determinado tempo.

O projeto que promete consolidar a integração no transporte metropolitano é o do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).  Rogério conta que Santos teve papel fundamental para consolidar esta iniciativa junto ao Governo de São Paulo. Numa primeira fase, ele deverá interligar a área continental de São Vicente à Avenida Conselheiro Nébias. Em outras etapas, extensões serão construídas até o Terminal do Valongo, no Centro Histórico, e ao Ferry Boat, na Ponta da Praia.

O VLT irá trafegar pelo leito ferroviário existente entre as cidades e será alimentado por energia elétrica, favorecendo o meio ambiente e evitando a  poluição sonora.

Linhas troncais de ônibus serão criadas para interligar o sistema às regiões mais afastadas do seu ramal principal, como a Zona Noroeste. “Com o VLT em funcionamento, aproximadamente 50% dos ônibus metropolitanos que trafegam entre Santos e São Vicente deixariam de circular, amenizando, de alguma forma, o trânsito e o meio ambiente da Cidade”.

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