Eleição de 2018 deixa cenário político partidário fragilizado | Boqnews
Foto: Rom Santa Rosa

Política

05 DE NOVEMBRO DE 2018

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Eleição de 2018 deixa cenário político partidário fragilizado

Além da disputa presidencial, marcada pela polarização política, a Câmara dos deputados irá passar por uma renovação de cadeiras

Por: Da Redação

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Muito se discute nas redes sociais, entre amigos e familiares, se haverá reconciliação das relações após todo o desgaste político gerado pelas eleições deste ano.

A situação não apenas atingiu eleitores que exerceram seu papel como cidadãos.

Mas também nos bastidores partidários as divergências ficaram evidentes.

Ao fim do pleito, muitas questões foram levantadas e geraram conflitos internos em partidos, que podem resultar em mudanças futuras.

Um dos mais prejudicados pela situação interna foi o PSDB em São Paulo, onde membros da mesma agremiação optaram por ficar em lados opostos durante o segundo turno das eleições.

O candidato eleito ao governo do Estado, João Doria, chegou a ser taxado de ‘traidor’ por ter preterido a candidatura de seu companheiro de partido Geraldo Alckmin à Presidência, em favor de Jair Bolsonaro (PSL), na reta final da campanha chegando inclusive utilizar em sua campanha o slogan “Bolsodoria”.

Também em âmbito local, o ninho tucano ficou dividido. Enquanto o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão, e o deputado federal João Paulo Papa, ambos do PSDB, mantiveram-se fiéis ao partido oferecendo apoio a Doria, o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, uma das principais lideranças do PSDB, tornou pública sua preferência pelo candidato e governador Márcio França (PSB).

A postura do prefeito motivou reprimenda do Diretório Estadual da legenda, que chegou a encaminhar pedido à executiva municipal sugerindo sua expulsão por infidelidade partidária. Barbosa é membro do diretório nacional e nega que sairá do PSDB.

O caso será analisado pela Executiva Nacional do partido.

Problemas partidários

Apesar de cedo para prever o cenário eleitoral regional em 2020, algumas especulações já são claras.

Além disso, há também o questionamento de como os partidos trabalharão para atrair os eleitores.

Assim, amenizando o desgaste político e corrigindo as rupturas partidárias internas.

O cientista político Rafael Moreira diz que o esfacelamento do PSDB vem ocorrendo recentemente, onde a evidência foi maior quando a agremiação discutiu se deveria aderir ou não ao governo Temer, após o impeachment de Dilma Rousseff (PT).

Raul Christiano, presidente regional do PSDB, discorda. Para ele, até então não existe qualquer fragilização no partido, mas sim uma negação da sociedade ao projeto de país que o PSDB ofereceu nestas eleições.

“Temos consciência de que precisamos analisar os porquês. Embora eu ainda continue acreditando que tínhamos as melhores condições de governar o Brasil e com o apoio do Congresso Nacional”, afirmou.

Rafael analisa a força petista como expressiva na Baixada até os anos 90, seguida por uma onda conversadora, que agora cresceu em todo cenário nacional.

“A onda de conservadorismo começou a tomar forma no Brasil inteiro a partir de 2013. E isso já tinha chego em Santos muitos anos antes”.

Para o cientista político, a direita agora passa por essa renovação, seja ela política ou partidária.

E assim, com a ascensão de outros partidos, eles irão substituindo aqueles que eram hegemônicos.

Neste caso, Moreira se referiu principalmente à situação atual do PSL e do partido Novo.

 

Cenário político

Ele acredita que há partidos de esquerda que também estão em ascensão. No caso, ele classifica o PSOL como maior exemplo para a situação.

No entanto, ele define como imprevisível dizer se o PSOL crescerá a partir da diminuição do PT. Ou também se o desequilíbrio petista será independente ao crescimento dos psolistas. E se um dia irá se tornar um partido grande também.

Ex-prefeita e deputada, a atual vereadora petista, Telma de Souza, diz que no momento o partido analisa a situação na região. Ou seja, “aguardamos o mapa das formatações definitivas do novo governo para expressar uma opinião e compor uma oposição”.

Além disso, ela comentou os resultados obtidos pelo PT em todo o país. “Para 2019, temos a maior bancada (56), conseguimos eleger quatro governadores, um resultado razoável”

Questionado sobre a ascensão do PSL, Rafael Moreira levantou críticas ao partido e os possíveis desentendimentos internos.

“Ele foi formado por uma coalizão de forças em cima da hora. Então é um partido que não tem coesão interna. Os partidos que estão em ascensão eleitoral acabam abrindo espaço para toda forma de oportunistas se aproximarem desse partido ou dessa figura que está em ascensão. E eles acabam se elegendo.”

O presidente do PSL-Santos, Victor Panchorra, disse que uma questão lógica é o partido dar continuidade ao trabalho e retribuir a confiança que a população deu a Bolsonaro e ao PSL.

“É bem provável que quase a totalidade dos municípios do Estado de São Paulo tenham chapas completas para 2020 (eleições municipais). Pois a nova lei que proíbe coligações deixará a política mais ideológica e menos matemática. O grande desafio será filtrar os interessados apenas em aproveitar a ascensão da legenda sem alinhamento ideológico”.

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