Empresas temem concentração de negócios em razão da fusão Hamburg Sud e Maersk | Boqnews
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Porto de Santos

19 DE SETEMBRO DE 2017

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Empresas temem concentração de negócios em razão da fusão Hamburg Sud e Maersk

Em seu relatório, a Embraport mostra preocupação com a compra da Hamburg Sud pela Maersk, inclusive com impactos no Porto de Santos

Por: Da Redação

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Fato de ter pertencido ao grupo Odebrecht contribuiu para a difícil situação econômica. Empresa foi vendida para sócia árabe neste ano. Foto: Divulgação

A confirmação e consolidação com aval da União Europeia da venda da Hamburg Sud para a Maersk Line por U$ 4 bilhões (R$ 13,6 bilhões) sacramentada em abril preocupa empresas do Porto de Santos.

Afinal, este novo gigante tem números consideráveis: a Hamburg Sud opera com 130 navios de sua frota e subsidiárias, como CCNI, do Chile, e a Aliança (antiga empresa de Navegação Aliança, que pertencia ao grupo Fischer, dono da Citrosuco), no Brasil.

A Maersk atua com 611 navios, dos quais 324 afretados, operando em todo o mundo, tendo a maior malha logística intermodal do mundo.

Assim, a BTP, localizada na Alemoa, tende a se tornar o principal terminal do Porto de Santos.

Isso porque a dinamarquesa Maersk a e suíça MSC compõem a estrutura societária da TIL e APM, donas da empresa BTP. Portanto, o movimento no terminal é garantido e contínuo, o que obrigará os demais terminais e brigarem entre si em busca de cargas em contêineres.

Tanto que no Relatório de Administração da Embraport divulgado hoje (19), importante empresa do cais santista e concorrente direta da BTP, tal preocupação é latente.

“A recente aquisição da Hamburg Sud pela Maersk Line aumenta os desafios para esse mercado, tendo como provável desfecho um impacto na distribuição de volumes no Porto, em favor da BTP e contra a Santos Brasil (atual líder, grifo nosso). A única maneira de se enfrentar tal situação é mirar na diversificação de atividades além das operações com contêineres, bem como aumentar a participação da carteira no segmento de contêiner, proporcionando uma gama mais completa de serviços possíveis, incluindo conexão ferroviária, depósito vazio, cross docking, entre outros”, diz no relatório.

Prejuízo

No mesmo documento, fica claro o impacto da Operação Lava-Jato e o envolvimento de diretores e donos da Odebrecht, trazendo sérios riscos o futuro da Embraport, principalmente na captação de recursos, mesmo que o nome da empresa não tivesse aparecido em qualquer denúncia de corrupção até o momento.

Até o ano passado, a Embraport era formada pela Odebrechet TransPort, com 66,6% das ações, e o grupo do mundo árabe DP World, com 33,3%.

Em maio, o Cade – Conselho de Desenvolvimento Econômico aprovou a compra total pelo grupo estrangeiro, agora detentor de 100% da Embraport.

O avanço e impacto da Operação Lava-Jato e as incertezas futuras contribuíram para a venda pela Odebrecht.

A empresa do cais santista fechou 2016 com um passivo circulante de R$ 1,8 bilhões, em decorrência de prejuízos  constantes.

No acumulado, os déficits chegam a R$ 1 bilhão e 128 milhões.

A boa notícia é a diminuição do prejuízo em 2016, considerado pequeno: R$ 677 mil – ínfimo em relação ao tamanho da dívida e movimentação financeira da empresa. Em 2015, o déficit foi de R$ 821,8 milhões.

A expectativa é que com os novos donos a empresa tenha mais recursos para investimentos e se expandir.

A DP World é um das maiores operadores de terminais marítimos do mundo, mantendo 60 deles espalhados em seis continentes e empregando 28 mil funcionários.

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