Lixo metropolitano, um problema com prazo de validade | Boqnews
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Entrevista

14 DE MARÇO DE 2018

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Lixo metropolitano, um problema com prazo de validade

Subsecretário de Assuntos Metropolitanos, Edmur Mesquita, defende a discussão sobre os caminhos do lixo regional e coloca os incineradores como uma das escolhas viáveis a serem adotadas, a despeito das críticas de ambientalistas.

Por: Fernando De Maria

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Com o fim do prazo útil do aterro sanitário do Sítio das Neves, na área continental de Santos, previsto para maio de 2019, os municípios deverão aprovar com urgência uma nova matriz em relação ao destino dos resíduos sólidos.

O incinerador deve ser a solução adotada, apesar das críticas de ambientalistas

Subsecretário de Assuntos Metropolitanos, Edmur Mesquita: região precisa encontrar nova matriz para cuidar dos resíduos sólidos

Confira a entrevista com o subsecretários de Assuntos Metropolitanos do Estado, Edmur Mesquita, que analisa o tema, entre outros tópicos.

 

Boqnews.com – A divisão ocorrida na escolha da nova direção do Condesb (com a vitória do prefeito de São Vicente, Pedro Gouvea) pode atrapalhar os projetos metropolitanos?

Edmur Mesquita – De fato, foi a primeira vez em 20 anos que tivemos que decidir a escolha do presidente e vice por meio dos votos dos conselheiros.

Ele é composto pelos nove prefeitos da região e 21 representantes do Estado. A princípio, tinha sido apresentada a candidatura do prefeito de Peruíbe, Luiz Maurício.

E depois, o Pedro Gouvea também se colocou como alternativa. Na fase final, houve uma divisão. Dos 9 prefeitos, 5 apoiaram o prefeito Luis Mauríco e 4 o Pedro Gouvea.

Tentamos um caminho de consenso. Como não foi possível, o conselho teve que arbitrar. Mas o clima final foi positivo, na linha da convergência.

 

Boqnews.com – Um dos aspectos urgentes metropolitanos diz respeito a destinação final dos resíduos sólidos (lixo), em razão do prazo de vida útil do aterro sanitário do Sítio das Neves se encerrar em maio do próximo ano. Não estamos atrasados nesta discussão?

EM – Este assunto é considerado um tabu.

No Estado, o governador Geraldo Alckmin definiu como prioridade a criação de planos metropolitanos para a destinação do lixo.

Três regiões foram escolhidas: a Baixada Santista (com 9 cidades), a aglomeração urbana de Piracicaba (23 municípios) e a região de Sorocaba (27 cidades).

A Constitituição diz que a este assunto é de responsabilidade dos município. Compete ao Estado colaborar com estudos e trabalhos técnicos .

 

Boqnews.com – Já existem ações concretas com esta definição governamental?

EM -Temos a experiência na região de Piracicaba, que instalou um usina de queima de resíduos sólidos, fruto de uma PPP – parceria público-privada entre uma empresa particular e o município de Piracicaba.

Funciona a pleno vapor com grau de poluição praticamente zero.

E assim, o Estado quer expandir esta experiência para o aglomerado urbano daquela cidade.

 

Boqnews.com – E como fica a Baixada Santista?

EM – Por intermédio da minha pasta junto com a Agem – Agência Metropolitana nós firmamos um protocolo junto ao IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas para que pudesse ser elaborado um plano metropolitano de resíduos sólidos.

A primeira audiência pública ocorreu no dia 7, em Praia Grande, e as demais serão realizadas nos outros municípios.

 

Boqnews.comO incinerador para a queima do lixo, então, já está definido?

EM – Qualquer decisão a ser tomada precisa do apoio da sociedade.

Não dá apenas para elaborar o plano.

Precisa definir também que tipo de modelagem econômica é a mais apropriada para a proposta a ser apresentada.

Se eventualmente for esta a decisão, precisa definir qual o local mais estratégico, adequado.

Se uma só planta é o suficiente para atender a demanda ou seriam necessárias mais.

 

Boqnews.comO desafio, porém, é saber qual prefeito vai querer receber o lixo em sua cidade?

EM – Hoje existe uma consciência de pensarmos de forma coletiva. No passado, estive na Bavaria, na Alemanha, onde coordenei uma missão para visitar as experiências realizadas naquele país.

Claro que é uma outra realidade e cultural, além da necessidade de se investir em políticas de incentivo à reciclagem.

Lá, conhecemos estas experiências.

Na ocasião, o ministro do Meio Ambiente alemão brincou conosco dizendo que se alguém estivesse fazendo um churrasco em casa vai estar poluindo muito mais o ambiente do que uma usina que queima centenas de toneladas de lixo por dia.

Depois, conheci duas experiências em Portugal, nas regiões de Lisboa e Porto.

Experiências também positivas.

Hoje, há tecnologia para tudo. Além disso, no governo paulista há espírito de união na política a ser empregada nesta área.

Resta agora saber a modelagem a ser adotada. A PPP de Piracicaba tem um contrato de 20 anos.

O município não está colocando um centavo.

Acho que estaremos dando um passo importante, mesmo sendo um ano eleitoral.

 

Boqnews.com – Por estarmos em um ano eleitoral, o sr. não teme que ocorra um interrupção dos projetos?

EM – Penso que não. Hoje, existe um grau de maturidade na compreensão de saber que está é uma política de Estado, que seja duradoura.

Assim, mesmo que ocorra algum tipo de transição com outro perfil não venha prejudicar aquilo que é considerado como prioridade e faz parte de uma proposta de Estado.

Independentemente quem esteja à frente, deve dar continuidade às ações que estão em andamento.

Tenho convicção enorme que estas metas serão mantidas.

 

Boqnews.comComo o PSDB vai lidar com o fogo amigo dentro do partido na disputa à Presidência?

EM – Às vezes, as pessoas têm algum desvio de conduta do ponto de vista político e acaba produzindo fatos que podem criar algum desconforto para as candidaturas.

Mas eu penso que hoje há uma polarização na sociedade entre uma eventual candidatura de Lula e Bolsonaro. E um alimenta o outro.

Tenho a convicção que em um dado momento o Brasil vai procurar um nome com perfil de prudência, estável, pense no futuro e não contamine as instituições.

Esta é uma eleição cujo perfil o governador Geraldo Alckmin se encaixa.

 

Boqnews.com – Na região, qual a tendência do PSDB?
EM – Já tinha afastado dos meus planos uma nova disputa eleitoral. Mas estamos muito aquém da representatividade da Baixada Santista na Assembleia Legislativa.

Como pré-candidato devo fazer dobrada com o Papa (João Paulo Papa).

Ele é uma reserva moral e me alegra saber que terei do lado alguém com estes valores e qualidades.

A tendência regional é que o PSDB lance apenas uma candidato a deputado estadual e um federal e coloco o meu nome à disposição nesta disputa.

Devemos ter o cuidado para não nos dividirmos. Creio que este seja o caminho mais sensato.

Entrevista na Boqnews TV

 

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