86,5% dos profissionais do Programa Mais Médicos já atuam na Baixada | Boqnews
Foto: Divulgação Programa Mais Médicos

Saúde

15 DE JANEIRO DE 2019

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86,5% dos profissionais do Programa Mais Médicos já atuam na Baixada

Algumas cidades já contam com o total de médicos substituídos após a saída de Cuba do Programa; Praia Grande não pronunciou o total de médicos inscritos

Por: Da Redação

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A saída de Cuba do Programa Mais Médicos (PMM) pegou todas as cidades brasileiras de surpresa, após o país declarar que não manteria o programa durante o governo Jair Bolsonaro.

No entanto, 86,5% dos profissionais já voltaram a atuar na Baixada Santista.

O percentual não contempla Praia Grande, que não respondeu à redação até o fechamento da reportagem.

A próxima chamada do Programa acontecerá nos dias 23 e 24 de janeiro, quando os brasileiros graduados no exterior terão chance de selecionarem os municípios de alocação pelo site do programa.

Já nos dias 30 e 31 de janeiro, os médicos estrangeiros terão acesso ao sistema para optarem pelas localidades com vagas em aberto.

 

Baixada Santista

Na Baixada, Guarujá é a cidade que mais tem enfrentado dificuldades para repor as vagas dos profissionais que deixaram o programa no final do ano passado..

Antes da saída dos cubanos, a região contava com 29 inscritos.

Hoje, após dois meses, a cidade não conseguiu suprir a saída e conta com 18 integrantes.

Ou seja, 62% estão inscritos no Programa.

A Prefeitura de Guarujá, via assessoria de imprensa, relata que a expectativa era de que o quadro estivesse completamente preenchido até o último dia 14 de dezembro.

“No momento, o Município aguarda a publicação pela União, de um novo edital, dessa vez com novas regras”, informa.

Ainda de acordo com a Administração, a região conta com profissionais de várias partes do País.

Como, por exemplo, Brasília, Rondônia, Roraima, Minas Gerais, do interior de São Paulo e até Santos e Guarujá.

Eles começaram a atuar nas unidades de Atenção Básica do Município no dia 4 de dezembro.

 

Ainda faltam 13,5% para completar a reposição dos médicos cubanos na Baixada. Foto: Divulgação

Santos

Santos, a maior cidade da Baixada Santista, sentiu o impacto da repentina partida cubana.

À época, a Cidade contava com 24 médicos integrantes do Programa, sendo oito cubanos, seis brasileiros e os demais de outros países.

Os médicos estrangeiros atendiam nas unidades de saúde do Caruara, Monte Cabrão, Alemoa.

E também do Jabaquara, Martins Fontes e Castelo (um em cada) e São Jorge (dois).

Com a saída dos médicos, o prejuízo foi sentido apenas nos três primeiros dias após a saída dos profissionais.

Entretanto, de acordo com a secretaria Municipal de Saúde, nesse período, cerca de 100 atendimentos não foram realizados por dia.

“Com o lançamento do primeiro edital pelo Ministério da Saúde, sete vagas foram preenchidas e os profissionais já começaram a atuar no Município no início de dezembro”, afirma a pasta.

A Cidade conta atualmente com 23 médicos inscritos no Programa.

Além disso, a pasta ressalta que, a partir da segunda quinzena deste mês, o número total de profissionais será restabelecido.

Ou seja, a região voltará a atuar com os mesmo 24, o mesmo antes da saída dos profissionais cubanos.

 

Regiões afetadas pela saída dos médicos cubanos em Santos. Arte: Rom Santa Rosa

 

Ainda incompletos

Duas cidades, além de Santos e Guarujá, apresentam a falta de médicos para substituir os profissionais cubanos.

De acordo com o Boqnews.com, Cubatão e Peruíbe ainda necessitam de mais um médico para fechar o número total de inscritos antes da saída dos profissionais cubanos.

Conforme afirmado pela Prefeitura de Cubatão, o município tem seis médicos já atuando.

“Um outro profissional que havia feito a inscrição não se apresentou à vaga dentro do prazo estipulado e a vaga  restante deve ser preenchida em breve”, ressalta.

Já pelo lado de Peruíbe, a Administração Municipal declarou que apenas quatro médicos foram repostos após a saída em novembro.

Eles alegam que o último integrante deverá se apresentar nesta semana.

Substituições feitas

Ao contrário de algumas cidades da Baixada, outras já se encontram com 100% do funcionamento do Programa.

Esses são os casos de São Vicente, que detêm 23 médicos inscritos.

Já nos municípios de Mongaguá, Bertioga, Itanhaém, atuam seis, três e sete profissionais, respectivamente.

A Prefeitura vicentina afirma que dos 23 profissionais, oito eram cubanos.

Por outro lado, dos 6 médicos que atuavam em Mongaguá, à época, cinco eram de nacionalidade cubana e um brasileira.

Hoje, todos os matriculados são brasileiros e já estão atuando na Unidades de Saúde da Família.

Bertioga, por sua vez, contava apenas com uma médica cubana instalada na cidade.

A reposição da profissional aconteceu ainda em dezembro passado.

Já de acordo com a Prefeitura de Itanhaém, até em novembro do ano passado, este grupo era composto por 5 médicos cubanos e 2 brasileiros.

Com a saída de todos os profissionais cubanos, a Cidade começou a receber inscrições e já em dezembro foi possível repor 3 profissionais

“No final do mês o penúltimo médico se apresentou, e no início deste mês, o último. Ambos assumiram no último dia 10, e todos os 5 já estão atuando nas Unidades de Saúde da Família (USFs)”, complementa a Administração.

 

São Vicente já substituiu todos os 23 médicos cubanos por profissionais brasileiros. Foto: Divulgação

 

Visão profissional

A qualidade de tratamento oferecida pelos cubanos foi destacada pelo médico infectologista Evaldo Stanislau, ex-vereador em Santos.

Segundo ele, as pesquisas realizadas pelo Ministério da Saúde e pelas prefeituras  mostraram uma satisfação enorme pelos pacientes.

“A minha expectativa é que os médicos que estão assumindo, seja de qualquer nacionalidade, mantenham o nível de satisfação dos usuários”, afirma.

Ele acrescenta que as Prefeituras ficam de mãos atadas quando o assunto é o Mais Médicos, devido ao Programa deter as próprias leis.

Ou seja, as Prefeituras devem seguir as orientações do Ministério da Saúde e aguardar a chegada dos médicos.

Ele afirma que, por ser uma cidade metropolitana, a Baixada Santista não deverá ter muitos problemas – ainda restam 13,5% dos inscritos -, para substituir os profissionais.

No entanto, Stanislau adverte para não ocorrer a saída de médicos brasileiros de outros programas, como o Programa de Saúde da Família e Estratégia de Saúde da Família, para repor os profissionais cubanos.

“Não podemos deixar que isso aconteça. Isso é uma atenção a ser dada”, enfatiza.

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