Menos homens nas ruas, capinação em queda e mais mato nas calçadas | Boqnews
Foto: Nando Santos

Zeladoria

07 DE DEZEMBRO DE 2017

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Menos homens nas ruas, capinação em queda e mais mato nas calçadas

Com a redução em 2/3 das equipes de capinação e raspagem pelas ruas da Cidade, o mato cresce em vários pontos, especialmente em bairros mais distantes da orla.

Por: Da Redação

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Em vários pontos da Cidade, o mato se destaca na paisagem. Fotos: Nando Santos

 

Não são apenas os táxis, escolas e cemitérios que deixam as vias públicas de Santos mais verdes.

Basta circular por ruas e avenidas fora do eixo próximo à orla da praia, que a vegetação – com tons esverdeados, às vezes, pálidos pelo impacto do sol – tem feito cada vez mais parte da paisagem urbana.

O motivo do aumento do volume do mato em vias públicas da Cidade deve-se à diminuição em 2/3 do total de equipes de capinação e raspação.

Se antes eram 15, agora são apenas 5, espalhadas pelas zonas leste (2), noroeste (2) e Morros (1).

Com o corte de pessoal, o problema salta aos olhos.

Segundo a Prefeitura, cada equipe de raspação e capinação gera uma despesa mensal de cerca de R$ 90 mil.

O montante está incluído no escopo dos serviços de coleta de resíduos e de limpeza pública no contrato firmado com a empresa Terracom.

O trabalho é supervisionado pela Secretaria de Serviços Públicos.

Aliás, a empresa é a maior credora da Municipalidade.

Conforme o Portal de Transparência, a Prefeitura deve R$ 114,2 milhões do Município. (dados de 7/12).

 

Galhos esquecidos há semanas no Canal 6

 

Na ilha do cruzamento entre as avenidas Afonso Pena e Joaquim Montenegro: vegetação elevada

Abandono

“A Cidade está abandonada”, reclama a dona de casa Regina Medeiros, que precisa se desviar das folhas e galhos jogados há semanas nas calçadas entre as avenidas Afonso Pena e Joaquim Montenegro (Canal 6) para atravessar a rua.

Alguns, porém, preferem literalmente colocar a mão na massa do que simplesmente acompanhar o crescimento do mato.

Cansado de esperar, o pintor Fabrício dos Santos resolveu colocar a mão na massa, ou melhor, cortar o mato

Com uma faca na mão, o pintor Fabrício dos Santos, 59 anos, retirava na manhã de terça (5) o mato que crescia em frente à casa de um amigo, em frente a um ponto de ônibus na Avenida Afonso Pena.

“Se não cortar, vira bagunça”, enfatiza.

Ele reconhece que este é o tipo de serviço básico para uma prefeitura como a de Santos, com um orçamento bilionário.

“Cortar o mato é o mínimo que uma prefeitura como a de Santos deveria fazer”, critica, dizendo-se decepcionado com o início da segunda gestão do prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).

O pintor também faria o mesmo em frente à sua casa, na mesma avenida.

 

Mesmo na ciclovia, o mato estava alto, mas foi cortado ao longo do canteiro central

 

Por sorte, o mato da ciclovia da Afonso Pena foi aparado no início da semana. “Pelo menos diminui a sensação de abandono”, destaca.

Fora deste eixo, porém, o mato cresce. E bastante.

É o caso do Recanto Evelina Alca Leite de Sant’Anna, no Embaré.

A placa em homenagem está quase tomada pelo matagal do local.

O problema já ganhou espaço, incluindo na Câmara, com críticas – ainda que brandas – até de vereadores situacionistas durante a discussão do Orçamento do Município.

 

No recanto Evelina Alca Leite de Sant’Anna, no Embaré, mato se aproxima da altura da placa da homenageada

Tende a piorar

Se a situação já está ruim, com calçadas tomadas pelo mato, a tendência é piorar se não houver um amplo mutirão de capinação e raspação.

“Com o verão, o mato cresce mais, pois há mais chuva e exposição de luz”, explica o biólogo e professor universitário, Fábio Giordano.

A Prefeitura alega que a proibição da capinação química (uso de herbicida) também prejudica a agilidade no trabalho realizado, pois, segundo a Administração, “além de matar o mato, impedia o crescimento de novas mudas, pois ele atuava na raiz da planta”.

Giordano esclarece que o uso de produtos do tipo mata-mato trazem mais problemas que soluções.

“São agentes desfolhantes, de uso químico e prejudiciais à saúde de humanos e animais”, enfatiza.

 

Na Rua Gervásio Bonavides, no Macuco, a quantidade de mato é tanta que impede a passagem de pedestres

 

 

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