Moradores reclamam de falta de segurança nas ciclovias dos canais 4 e 5 | Boqnews
Douglas Luan

Bicicletas

27 DE FEVEREIRO DE 2015

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Moradores reclamam de falta de segurança nas ciclovias dos canais 4 e 5

Via exclusiva para ciclistas fica ao lado da mureta do canal, o que oferece riscos a quem usa a via.
Prefeitura garante que há segurança

Por: Da Redação

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Que as ciclovias estão consolidadas em Santos, isso ninguém discute. Porém, os moradores e comerciantes dos canais 4 e 5, além dos próprios ciclistas, não estão nada felizes com as obras de instalação das vias exclusivas para os bicicletas nestes locais. A falta de segurança é a principal reclamação.

Em alguns trechos das duas avenidas, a ciclovia foi construída no formato de binário (dividida em duas faixas, com um “corredor de árvores” ao meio). A questão é que as faixas, além de serem estreitas – possuem apenas 80cm cada – estão próximas às muretas do canal e ao leito da avenida. “Uma queda pode ocasionar sérios problemas”, segundo o estudante de Direito, Luy Vieira.”É risco para a segurança andar perto do canal. Além disso, não há espaços delimitados para os pedestres, a mureta é baixa, não tem segurança, e ainda existem os galhos das árvores que temos que abaixar para passar”, disse.

O empresário Cleiton Bittencourt Soares também destaca o perigo da nova obra municipal. “O canal 5 é uma via de trânsito constante. Precisa existir uma proteção, por isso era necessário instalar um guarda-corpo para evitar um acidente fatal”.

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Ciclistas tem que desviar de árvores e do canal para usar a ciclovia do canal 5. Prefeitura garante que local é seguro. Foto: Douglas Luan

Mais reclamações
As vagas de estacionamento dos canais 4 e 5 também serão eliminadas por conta da pista exclusiva para as bicicletas. Para o aposentado Gilberto Duarte, esta ação acarretará em prejuízos para os moradores, principalmente do canal 5. “Tiraram o privilégio que tínhamos de ter o estacionamento na porta de casa. A noite, quem não tem garagem, deixava o carro aqui, e agora não poderá mais. Aí eu pergunto: de quem é a prioridade?”.

De acordo com ele, a Prefeitura não comunicou à população e aos comerciantes sobre a obra. “Não fizeram uma audiência pública, consulta, nada”. O aposentado ainda aponta que, segundo os operários da obra, a via não seguiria até a praia. “Informaram que ela vai parar na Rua Frei Francisco Sampaio. Se isso realmente acontecer será um absurdo completo”, pontua.

Ele afirma que não há volume de ciclistas naquela avenida. Opinião compartilhada pelo jornaleiro Gilberto Franco. “Essa ciclovia é um desastre, pois diminui o leito carroçável, espaço para carro e ônibus. Diminui a calçada, está tudo errado. O número de ciclistas daqui é pequeno. Não justifica uma despesa como essa”.

Outro comerciante, Mário Rodrigues Cheganças, também critica a obra. “Falo como ciclista, comerciante e morador do bairro: a ciclovia não agrada e não atende as necessidades. Acho impossível alguém andar colado na mureta do canal, pois qualquer vacilo ele pode e vai cair”.

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Na Bacia do Mercado, no canal 4, ciclovia é maior; porém, duas quadras à frente, via fica mais estreita. Foto: Douglas Luan

Especialista
O professor Luiz Vicente Figueira de Mello, coordenador de Engenharia da Universidade Mackenzie de Campinas e especialista em mobilidade urbana, viu fotos e informações das obras das duas ciclovias enviadas pela Reportagem e fez uma análise. Para ele, é preciso priorizar a segurança. “Fisicamente, com 80cm, não dá para respeitar quem anda mais devagar, o que pode ser um facilitador para gerar acidentes”.

Outro ponto é a proximidade com o canal e a via dos automóveis. “Não há uma largura compatível para, no caso de desequilíbrio, o ciclista desviar. Não foi pensada numa área de escape para que ele possa sair da via ou até um guarda-corpo”. Não existem, porém, normas oficiais que determinem quais os tamanhos e larguras das pistas das ciclovias no País.

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Ciclistas ainda andam no canal 4 ao invés da ciclovia. Foto: Douglas Luan

Segurança é prioridade

O secretário-adjunto de Infraestrutura e Edificações, arquiteto Glaucius Farinello, explicou que a Prefeitura de Santos prioriza a segurança em todas as obras das ciclovias da cidade. “É melhor seguir por esta opção do que continuar a compartilhar o espaço entre ciclistas e veículos. A intenção é a segurança, tirar o ciclista da via pública. Temos uma ciclovia que funciona no canal 1 e, até hoje, não há relatos de acidentes”.

A respeito do espaço estreito, ele garante que não há riscos. “Teremos ainda uma faixa de segurança de 10 centímetros, que será pintada no solo, de vermelho, junto à mureta, na ciclovia. Terá uma borda delimitando. Existem pontos que são mais estreitos, até por conta da questão das árvores”. Ele cita que a largura será parecida com a ciclovia da Avenida Ana Costa.
Glaucius conta que não está nos planos instalar um guarda-corpo no local, pois, além de não poder alterar o canal (é tombado), o equipamento não oferece segurança, segundo estudos e análises feitas com órgãos de ciclistas.

Ele conta ainda que a ciclovia do canal 5 seguirá em binário até a esquina com a Rua Frei Francisco Sampaio. Em seguida, será unificada, na mesma calçada, até a praia. As obras nos canais 4 e 5 devem terminar no final deste ano. O investimento total, com verbas do DADE, é de R$ 11,6 milhões. (DL)

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