Começa na segunda-feira (25) a primeira etapa das obras de remodelação viária do projeto Nova Ponta da Praia.
São intervenções que incluem o alargamento do calçadão para pedestres, renovações da ciclovia e mobiliário urbano.
Além de instalação de bancos iluminados, bicicletários, fonte interativa, entre outras melhorias.
Novas rampas de acesso ao mar – e reforma das já existentes – facilitarão a prática de esportes náuticos como canoagem.
Haverá também um mirante para contemplação do mar e troca de iluminação pública, além de melhorias na drenagem.
Prevista para durar até o final do ano, essa intervenção começa na manhã de segunda-feira no cruzamento da Rua Afonso Celso de Paula Lima com a Avenida Saldanha da Gama.
Os trabalhos se concentram no deslocamento do canteiro central para que fique mais próximo dos prédios.
Neste primeiro momento, não serão necessárias interdições.
Eventualmente, trechos da avenida ficarão em meia-pista para a operação das máquinas.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Santos) vai orientar motoristas no local.
No entanto, se necessário, fará interdições que serão comunicadas com antecedência.
Palmeiras e Ciclovia
O canteiro possui cerca de 100 palmeiras.
As menores serão realocadas para o novo, enquanto as demais serão transferidas para praças nas imediações como a do Aquário.
A remodelação seguirá com a transferência da ciclovia, provisoriamente, para ao lado do calçadão.
Quando a obra estiver pronta, a nova via para ciclistas será realocada no novo passeio na linha d´água.
Assim, ficando mais largo (em alguns trechos passará dos atuais 4m para até 12m) e contará com áreas de convívio e prática de esportes.
As pistas da Av. Saldanha da Gama serão pavimentadas até o ferry boat, inclusive no trecho entre o canal 6 e a Rua Carlos de Campos.
Drenagem
A obra inclui a substituição das tubulações de drenagem de toda a região.
Portanto, ajudando a escoar a água da chuva.
Além disso, também serão refeitos os passeios ao lado dos prédios da Av. Saldanha da Gama.
O projeto Nova Ponta da Praia inclui alterações viárias significativas na área de embarque e desembarque das balsas.
A Praça Almirante Gago Coutinho será ampliada e a fila de veículos da balsa, reorganizada.
Para que esta obra seja possibilitada, já foi iniciada a limpeza no terreno ao lado do Terminal Pesqueiro de Santos (TPPS), onde também são armazenadas as tubulações da futura drenagem.
Intervenções viárias são compensação por empreendimentos
As melhorias viárias são relativas à compensação que o Grupo Mendes deve providenciar à Prefeitura, conforme a Lei de Uso e Ocupação do Solo, pela construção de empreendimentos imobiliários em terrenos atrás dos clubes Saldanha, Vasco da Gama e Regatas (o chamado Núcleo de Intervenções e Diretrizes Estratégicas – Nide Clubes).
A compensação pela alteração de uso nos terrenos inclui as mudanças viárias, melhorias urbanísticas e novos equipamentos públicos como a construção de uma escola policlínica no Jabaquara, cujas obras já estão em andamento.
Novas Edificações
Ainda dentro das compensações previstas no projeto Nova Ponta da Praia, Santos ganhará novos centro de convenções e mercado de peixes, ambos na Ponta da Praia.
O gestor do projeto, Glaucus Farinello, explicou que estes dois empreendimentos ainda são objeto de Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), bem como serão discutidos com diversos segmentos, incluindo moradores do bairro, comerciantes e esportistas, com esclarecimento de dúvidas e coleta de sugestões.
“As obras destas edificações não começarão antes que toda essa análise de impactos e a discussão com a sociedade sejam concluídas”
Vereadores questionam
Na quinta (21), os vereadores Sadao Nakai (PSDB), Audrey Kleys (Prog), Fabrício Cardoso (PSB) e Geonísio Pereira Aguiar (PSDB) foram ver de perto as ações do Programa Nova Ponta da Praia na área do terminal pesqueiro.
E não gostaram do que viram.
Afinal, eles constataram que as intervenções do viário daquela região já estão acontecendo.
No local também estão armazenados materiais necessários para a execução do projeto.
O início das intervenções ocorre antes mesmo do EIV – Estudo do Impacto de Vizinhança, o que contraria a legislação.
A comissão de vereadores estava acompanhada por armadores e trabalhadores da pesca que demonstraram preocupação com o andamento das obras e apontaram algumas necessidades.
Um dos conflitos é a caixa d’água que precisará ser retirada. Também o espaço necessário para os caminhões.
Em novembro o Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral e dos Arrumadores de Santos recebeu ofício da Prefeitura que solicitava a desocupação da edificação que existe no local.
O documento pedia desocupação imediata, “tendo em vista o início da execução das obras no mês de dezembro”.
Em resposta, a entidade solicitou reunião com representantes da Prefeitura, mas até o momento o encontro não ocorreu.
“Nós não sairemos daqui se não tiver uma reunião”, disse Francisco Erivan Pereira, presidente da categoria.
Sadao orientou que os armadores e trabalhadores da pesca passem informações à Prefeitura para que sejam consideradas no Estudo de Impacto de Vizinhança referente ao Centro de Convenções que será construído na área.
“É importante vocês se manifestarem. Eles precisam entender como é a atividade de vocês”.
Além disso, ficou definida a criação de uma comissão que se reunirá na próxima semana com a Prefeitura e os vereadores.
Entrevero
Na visita ao local também estavam presentes o gestor do Terminal Pesqueiro, Milton Lamas, o gestor da Unidade de Gerenciamento do Programa Nova Ponta da Praia, Glaucus Farinello, e o secretário de Desenvolvimento Urbano, Júlio Eduardo dos Santos.
No local, ocorreu um desentendimento entre Santos e Nakai a respeito do andamento das atividades, antes mesmo de discussões detalhadas sobre o mesmo e até o Estudo de Impacto de Vizinhança.
O Ministério Público Federal já pediu explicações sobre o empreendimento.
O mesmo será feito pelo Ministério Público paulista.
Arte: Rodrigo Vieira/PMS