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Nara Assunção

Saúde

17 DE FEVEREIRO DE 2017

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Região precisa enfrentar a questão de maneira metropolitana para avançar

Baixada Santista continua, por exemplo, a apresentar o mais alto índice de mortalidade infantil do Estado

Por: Da Redação

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Para quem precisa de atendimento na rede de saúde pública da região não é novidade que o sistema encontra-se em crise. Afinal, são muitos os relatos de pessoas que enfrentam horas de filas para um atendimento, ficam nos corredores dos hospitais esperando por leitos, ou meses de espera para realização de exames de rotina ou até os mais urgentes.

Cenário que se complica na assistência materno-infantil. A região continua a apresentar o mais alto índice de mortalidade infantil do Estado. De acordo com dados preliminares, em 2016, na Baixada Santista, foram registrados 23.903 nascidos vivos e 335 óbitos de bebês com menos de um ano. O índice, portanto, é de 14/1000 nascidos vivos. Já a média paulista é de11,2/1000.

Outro número que assusta é a queda em internações no Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a jornalista, pós-graduada em Gestão Pública pela Unifesp e gerente de projetos na R Amaral & Associados, Verônica Mendrona, a saúde pública na região metropolitana contabilizou uma queda significativa, segundo levantamento em dados do Datasus, do Ministério da Saúde. “O número de internações caiu 8,5% de 2015 para 2016, ou seja, os nove municípios registraram 6.330 internações a menos. Nos últimos 24 anos, a Baixada Santista perdeu 28.818 internações, ou seja, a região perdeu em média 1.200 internações SUS ao ano. A queda foi puxada por Santos, cidade que mais reduziu, de 34.007 para 30.334, ao final de 2016”, detalha Verônica.

 

Unidades fechadas
Nos últimos anos, a região perdeu a Maternidade de Mongaguá (2012), o Hospital de Peruíbe (2014) e – mais recentemente – o Hospital Municipal de Cubatão. “O cenário agrava os problemas de atendimento em geral e na assistência materno-infantil é ainda pior. Com três maternidades fechadas e o Hospital dos Estivadores com funcionamento parcial, o cenário é preocupante e necessita de ações urgentes. Neste primeiro momento de reorganização da rede de saúde na região, vamos priorizar a assistência materno-infantil e depois a ampliaremos”, explica Paula Covas, diretora regional do DRS-IV e coordenadora da Câmara Temática de Saúde do Condesb – Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista.
Na terça (21), os novos gestores se reúnem, de acordo com Paula, para discutir as ações emergenciais. “É preciso organizar esta rede com um olhar regional, pois nenhuma cidade – nem Santos – consegue sozinha dar conta da saúde da população. Precisamos ter um olhar regional e macro também”, diz a profissional, ressaltando que é preciso este alinhamento e estudos para que se consigam mais recursos físico e financeiro do próprio SUS.

Impacto em Santos
Todo este cenário impacta diretamente o atendimento em Santos, que, como cidade-pólo da região, fica ainda mais sobrecarregado. Algo que piora diante da atual crise econômica – já era prevista – que o País enfrenta, mas nem todos se precaveram. A UPA Central chega a realizar – em dias de pico – cerca de 900 atendimentos diários, sendo que de 35% a 40% do total, segundo o próprio secretário de Saúde de Santos, Fábio Ferraz, são de pessoas de outras cidades.

“As pessoas reclamam sobre esta invasão. E isto está errado. Santos assumiu a postura de Cidade polo e tem uma missão em aceitar estas pessoas. Precisamos melhorar o atendimento básico em todas as cidades e discutir qual é papel de Santos nesta rede”, analisa. Assim também concorda Ferraz, que acrescenta que cada vez mais a rede de Atenção Básica – inclusive policlínicas – tem recebido moradores de outras cidades, sobrecarregando o sistema.

Hospital ZN
Na noite do último sábado (11), o pronto-socorro da Zona Noroeste ficou fechado por cerca de 40 minutos. No final de janeiro, parte do teto desabou. Segundo um funcionário do local, que não quis se identificar, a situação é bem complicada tanto em questões estruturais como em equipe e quem sofre é a população que utiliza o equipamento. O secretário de Saúde confirma que estes dois problemas existem, mas que soluções estão sendo buscadas.
“Na questão estrutural existe um projeto orçado em R$ 24 milhões para se reformar o espaço, melhorando o hospital e a maternidade”, explica. Dinheiro, que segundo ele, poderá vir de parcerias ou do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que a Ultracargo deve pagar pelo incêndio ocorrido em 2015.

Para o pronto atendimento, a nova UPA – que deve ser entregue até dezembro – deve suprir a demanda na Zona Noroeste. Em relação à equipe não estar completa, Ferraz explica que seis enfermeiros estão sendo direcionados à unidade, que conta com 447 funcionários, sendo 134 na enfermagem.

Estivadores
Com funcionamento parcial, o Estivadores segue o planejamento, segundo Ferraz. Até agora, já foram realizados 350 atendimentos, sendo que 45% de moradores de outras cidades. De dezembro até agora, o hospital já utilizou R$ 6,5 milhões, com recursos do Estado, que repassou R$ 11 milhões. Segundo Ferraz, a prefeitura entrou com pedido para conseguir verba federal. O custo mensal para mantê-lo é de R$1,5 milhão. Em pleno funcionamento, valor deve passar – segundo ele – para R$ 8 milhões por mês.

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