Abandonada, futura sede da UPA da Zona Leste preocupa vizinhança | Boqnews
Foto: Nando Santos

Santos

29 DE AGOSTO DE 2018

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Abandonada, futura sede da UPA da Zona Leste preocupa vizinhança

Vizinhos à UPA da Zona Leste se preocupam com a paralisação das atividades e a proliferação de ratos e mosquitos, inclusive com risco os da dengue.

Por: Da Redação

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Imagem de maio de 2018, quando reportagem do Boqnews já identificava o ritmo lento da obra…

 

… que agora dá sinais de ter parado por completo. Única alteração no período foi a montagem desta estrutura em um dos extremos da construção, conforme foto tirada em 29 de agosto.  Fotos: Nando Santos

 

Se o ritmo da obra da UPA da Zona Leste estava  lento em maio, quando a reportagem do Boqnews.com denunciou a morosidade dos trabalhos no local (veja o texto), agora os sinais de paralisação total são indiscutíveis e evidentes.

Em dezembro do ano passado, a Prefeitura havia divulgado que 40% dos trabalhos já estavam executados no local e a entrega do imóvel ocorreria em 2018 (vide o link), fato que não ocorrerá.

 

Madeira, ferro e outros materiais impedem passagem em uma das entradas da futura UPA. Foto: Nando Santos

 

Afinal, se antes haviam poucos funcionários, agora o espaço de entrada de acesso à construção é tomado por ferros, madeiras e entulhos que fazem a festa de ratos, baratas e mosquitos, conforme relatam os vizinhos ao local.

No interior do imóvel inacabado, poças de água se espalham, colocando em alerta sobre eventuais riscos, como o mosquito da dengue, por exemplo.

O mato cresce em alguns pontos reforçando os sinais de abandono.

 

Ausência de funcionários no local mostra a interrupção dos serviços. Foto: Nando Santos

Ratos, baratas e mosquitos

A Reportagem do Boqnews esteve no local na manhã desta quarta (15) e não encontrou qualquer sinal de movimentação no empreendimento.

“Ratos, mosquitos e até caramujos são frequentes por aqui”, reclama o aposentado José Marques Cortiço.

Não bastasse, quando chove a entrada da escola estadual Suetônio Bittencourt, ao lado da futura UPA, fica alagada, dificultando o acesso ao local pelos alunos.

 

Calçada esburacada é um risco para os pedestres que por lá circulam. Foto: Nando Santos

 

Os buracos na calçada também preocupam a autônoma Ana Alves. “É sempre um risco cair por aqui”, reclama.

 

Acúmulo de água é um convite aos mosquitos, inclusive da dengue. Foto: Nando Santos

 

Como a demolição do antigo PS da Zona Leste começou em outubro de 2016, algumas adaptações tiveram que ser feitas.

Por exemplo,  a mudança do local de uma banca de jornal, além da retirada do abrigo de ônibus, inclusive os bancos onde os usuários costumavam sentar.

Passados quase dois anos, a alternativa é esperar os coletivos que trafegam pela Avenida Afonso Pena debaixo de chuva.

Ou se abrigar embaixo do toldo da banca.

“Quando chove, as pessoas se abrigam aqui”, diz o jornaleiro Lucas Vazquez.

Ele colocou uma cadeira para que idosos pudessem aguardar sentados  a passagem dos ônibus.

 

 

Sem abrigo, nem bancos, usuários do transporte coletivo esperam pelos ônibus em pé, sob sol ou chuva. Foto: Nando Santos

 

Imóvel

Ele reclama também o deslocamento para a unidade provisória da UPA, na Avenida Afonso Pena,  386, instalada em um imóvel alugado por R$ 25 mil mensais.

O contrato, aliás, vence em fevereiro próximo.

Ao todo, o valor da locação nos 48 meses de locação chegará a R$ 1,2 milhões, sem contar com as despesas de quase R$ 300 mil para adaptação do imóvel.

Como a obra está atrasada, uma renovação contratual será inevitável com o proprietário do imóvel.

Aliás, o mesmo conta com outros contratos de locação firmados com a Prefeitura, conforme o Portal de Transparência municipal.

 

Valores

A obra tinha custo original estimado de R$ 5,595 milhões, sendo R$ 4 milhões do Ministério da Saúde. O restante será concluído com recursos municipais.

O valor, porém, já sofreu acréscimo de 21,4%.

O novo valor previsto é de  R$ 6.793.939,97.

O montante do Ministério da Saúde foi mantido.

A contratação foi formalizada em dezembro de 2014, conforme o portal federal.

Deste montante (R$ 4 milhões), R$ 3,6 milhões já foram repassados aos cofres municipais, em duas parcelas (R$ 400 mil e R$ 3,2 milhões).

A empresa vencedora da licitação, Lemam Construções e Comércio, por sua vez, já recebeu R$ 1,907 milhões.

O montante equivale a 34% do valor orçado originalmente, segundo dados obtidos no Portal de Transparência da Prefeitura.

No entanto, se levar em consideração o novo valor divulgado, o percentual é de 28%.

Os pagamentos foram efetuados em 27 de setembro de 2016 (R$ 317.032,73) e em 2 de janeiro de 2017 (R$ 1.590.733,63).

Assim, a Lemam executou diversas obras na Cidade nos últimos anos.

Venceu licitações para as construções das unidades básicas de Saúde da Aparecida/Espaço do Idoso, São Bento e Caruara.

E ainda: o Centro Cultural da Vila Progresso.

No entanto, a principal foi a reforma da maternidade e hospital dos Estivadores.

Desde 2014, a empresa já recebeu da Prefeitura R$ 56,6 milhões pelo pagamento das obras realizadas (valores liquidados), conforme o Portal de Transparência da Prefeitura de Santos.

 

Outro lado

A Reportagem entrou em contato com a empresa Lemam.

Foi passado o contato do responsável pela obra na UPA da Zona Leste.

Não houve o retorno até o fechamento deste texto.

 

Entulhos se destacam na paisagem da obra paralisada. Foto: Nando Santos

 

 

Prefeitura

Em nota, a Prefeitura deu a seguinte justificativa.

“A UPA da Zona Leste segue em construção na Praça Visconde de Ouro Preto s/nº (terreno antigo PS) e tem 57% do cronograma executado.

A superestrutura está quase pronta e foi executada a fundação de um dos anexos.

A obra é um investimento de R$ 6.793.939,97, sendo R$ 4 milhões de recursos federais.

O edifício foi projetado com 3 mil m² de área construída, incluindo salas de raio-X e emergência, com área para desembarque de ambulância, coletivas de observação masculina e feminina, e ainda um laboratório de análises e farmácia.

Contará com dois elevadores, SAMU e posto policial.

Vai oferecer cerca de 30 leitos, salas com área de espera para coleta, curativos, sutura, inalação, gesso.

E ainda: eletrocardiograma, ortopedia, laboratório, hidratação e distribuição de medicamentos e brinquedoteca.

A sala de espera terá capacidade para 54 lugares e, dos cinco consultórios previstos no projeto, três serão destinados a clínica geral, pediatria e ortopedia”.

Sobre a calçada

“A recuperação dos passeios da futura UPA Zona Leste precisa ser feita de acordo com o andamento dos serviços, porque os caminhões que entram no canteiro de obras para descarregar mercadorias ou os que precisam utilizar patolas (apoios fincados no chão) para movimentar guindastes e dar apoio a barras lançadoras de concreto, danificam a calçada.

Além disso, em alguns locais serão implantadas rampas para veículos e de acessibilidade”.

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