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17 DE SETEMBRO DE 2018

A arte da enganação

Por: Da Redação

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“Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos…pelo mesmo motivo.”
Eça de Queiroz, escritor português.

Nunca uma frase foi tão atual como esta para servir de conselho para os eleitores brasileiros que irão às urnas este ano. Ninguém aguenta mais tantos desmandos, tanta corrupção, tanta falta de ética, tantos valores distorcidos, culpa de um sistema político que elege os que já, há décadas, ensaiam uma mudança de comportamento, mas que ainda continuam sendo os conhecidos “vendedores de sonhos”.

Acredito que o brasileiro hoje está mais sensível, isso porque o calo lhe aperta, exigindo uma troca de sapato imediata. Não é por menos. Há hoje milhões de desempregados, a segurança pública, a saúde e o sistema prisional explodem, fruto de um Estado ineficiente e corrompido.

Bem, a depender de mudanças para este ano, é melhor o eleitor refletir antes de colocar seu dedo com convicção no teclado.
Na lista de pré-candidatos ao Palácio do Planalto, por exemplo, há pouca novidade: ex-governadores, ex-ministros, um senador, um ex-prefeito, congressistas, empresários, líderes de movimentos sociais com forte influência partidária e por aí vai.

Os de sempre

No caso do Congresso, se seguir a tendência das eleições passadas, o índice de renovação também não tende a ser muito alto. Dos 513 deputados eleitos em 2014, 290 – mais de 54% – já faziam parte da legislatura anterior.

Isso fica claro na campanha na TV (para aqueles que gostam realmente de se martirizar), onde damos de cara com os mesmos de sempre. No Brasil, temos uma quantia exagerada de políticos fedendo a mofo e ainda dando (e mandando) as caras, um sinal de que não estamos fazendo direito nosso dever de casa.

Mas, quando isso começa a saturar, os postulantes e os partidos políticos dão um jeito de maquiar o sistema. Lançam jingle novo, cara nova, ideologia nova (eles mudam de partido como trocam de roupa!).

Maquiagem

Isso sem falar daqueles que, vendo que não vão longe nas eleições, botam os filhos na disputa, com novo nome (retira o sobrenome Barbalho ou Sarney) e tentam emplacar. Se colar, se perpetuam no poder, que é o que mais importa. Afinal, para eles, segue o mantra: em eleição vale tudo, só não vale perder!

Muito desse poder é culpa exclusivamente do sistema político que temos no país, que facilita os donos de mandatos, de partidos ou de cargos, e que conseguem usar a máquina pública para manterem seus feudos.

Embora seja otimista em relação às novas gerações, acho difícil isso mudar em pouco tempo, diante do forte corporativismo no Congresso que se perpetua. Posicionamentos políticos de todo lado, cunhados no ódio não resolvem nossos conflitos sociais.
Se refletirmos que esse momento é realmente de mudança, podemos transformá-lo num divisor de águas na história política de nosso País.

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