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Opiniões

13 DE FEVEREIRO DE 2019

Banalização virtual

Por: Da Redação

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A morte é a coisa mais misteriosa que o ser humano consegue enxergar. Tanto que a Humanidade, em toda a sua existência, a faz presente, seja em religiões, ciências, crenças e muito mais.

Compreender os propósitos de Deus muitas vezes pode ser uma tarefa bem difícil, principalmente quando a tristeza bate na nossa porta porque acabamos de perder um ente querido.

O ser humano, em sua grande maioria, considera a morte um momento especial, solene, algo enigmático, onde as cerimônias de luto e práticas funerárias são variadas em respeito aos seus.

 

Indiferença

Ocorre que todos esses sentimentos parecem não fazer sentido nos dias de hoje. Nossa existência é transitória, nada levaremos desse plano, pois estamos aqui para evoluir.

Tratar a morte ou vida das pessoas com indiferença é o caminho para a morte e o esquecimento.

E infelizmente, é o que se vê atualmente.

Em meio a tantas tragédias nesse início de ano, tantas mortes, cidades inteiras devastadas por lama, acidentes aéreos, marítimos e incêndios, sobram comentários grosseiros que beiram a insensatez, num misto de covardia, preconceito e ódio.

O caso do rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, é um exemplo disso, quando um conhecido jogador de futebol em postagem nas redes sociais relacionou grosseiramente o desastre que vitimou quase 300 pessoas a um clube rival, gerando uma onda de críticas.

 

Desprezo

Outro caso mais recente é a morte do jornalista Ricardo Boechat, com vídeos circulando pelo whatsapp mostrando o que seria o corpo mutilado e em chamas do piloto do helicóptero que levava o jornalista, após a queda numa rodovia em São Paulo.

No mesmo vídeo, é possível ver pessoas que presenciaram o acidente tentando gravar o acontecimento, em vez de ajudar de alguma forma, algo rotineiro nesses tempos de interatividade virtual.

Não menos espantoso também foi o caso do desaparecimento de dois jovens em São Vicente, que dias depois foram encontrados mortos.

Por se tratar de um casal homossexual, com tatuagens pelo corpo e uma aparência distinta da maioria das pessoas, motivou uma série de comentários preconceituosos e grotescos do tipo “não se preocupem, com a aparência que eles têm o mar devolve essa oferenda”.

É extremamente entristecedor e preocupante o quadro atual de desprezo que a humanidade está atribuindo para o sofrimento alheio e o constrangimento pessoal.

Os valores morais e éticos que nossas famílias tanto preservavam, estão sendo colocados em segundo plano, num simples toque do teclado.

O modo como estamos lidando com essas ferramentas de uns anos para cá assusta, numa inversão e carência de valores que nos faz pensar se realmente estamos aqui para evoluir por meio da compaixão e da solidariedade, deixando um legado para nossos filhos, ou destruir todos em nossa volta por simples vaidade.

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