Bingo: O Rei das Manhãs | Boqnews

Opiniões

31 DE AGOSTO DE 2017

Bingo: O Rei das Manhãs

Por: Da Redação

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Pode acreditar, Bingo: O Rei das Manhãs talvez seja um dos melhores filmes que você verá esse ano. Sensível, poderoso, visceral, tecnicamente impressionante, surpreendente e inesquecível.

Bingo conta um pouco da história de um dos maiores fenômenos da TV brasileira (e mundial), um certo palhaço que fez sucesso das manhãs com suas brincadeiras. Por razões de direitos de imagens (e outros empecilhos morais), o “certo palhaço” aqui é o Bingo, tem quase o mesmo visual e mais um monte de detalhes, mas na verdade quer mesmo é contar a história desse (meio) fictício Augusto Mendes (Vladimir Brichta), um astro das pornochanchadas que acabou se tornando o primeiro Boz… quer dizer, Bingo.

Mas esse que é primeiro filme dirigido por Daniel Rezende depois de mais de uma década como montador de filmes como Cidade de Deus (que lhe rendeu uma indicação ao Oscar) e Tropa de Elite, fala sobre o arco desse personagem entre essa vida “semi anônima” e uma fama formada através de loucura, drogas e uma perda total dos limites e de sua personalidade. Sim Bingo: O Rei das Manhãs fala sobre o drama desse cara que se descobre perdido dentro de si mesmo.

Porém, Rezende e o roteiro escrito pelo também experiente Luiz Bolognesi (Bicho de Sete Cabeças) atravessam essa jornada com a potência e exagero dos anos 80. E o resultado é uma experiência incrível em todos os sentidos.

Rezende assina um trabalho visualmente incrível e que não deixa nenhuma composição nem movimento serem gratuitos, se aproveitando de todas essas oportunidade de criar um filme inesquecível. O diretor ainda estreia por trás das câmeras com algumas cenas dignas dos mais experientes diretores, como nos grandes planos sem corte que acompanham Bingo entrando no estúdio ou no sensível plano sequência que serve de elipse entre um acidente quase mortal e um quarto de hospital.

Isso, sem esquecer de momentos emotivos que serão difíceis de serem apagados da mente do espectador, como nas três vezes em que Bingo limpa (ou tenta) a maquiagem em busca de Mendes, mas só encontra alguém mais perdido por trás daquelas cores.

E essa emoção vem ainda de um roteiro firme que sabe separar bem tudo que rodeia esse personagem e não deixa o simples melodrama de uma perda ou de um arrependimento o movam. Seu protagonista é empurrado para baixo no lugar mais fundo e depois para cima por sua força e nunca por uma epifania qualquer.

É lógico que ainda isso não aconteceria sem uma grande atuação no topo dessa pirâmide e Brichta aproveita essa oportunidade para calcar os dois pês no cinema assim como vem fazendo em seus últimos trabalhos na TV. Aqui, o ator segura com propriedade todas várias facetas do personagem de modo magnético, mas é com seu caótico e selvagem Bingo que ele rouba a cena do ano quando se for falar em grandes trabalho no cinema.

Por isso tudo e mais um monte de coisas que serão sentidas por quem embarcar nessa história, Bingo: O Rei das Manhãs pode se considerar uma das grandes produções do cinema brasileiro em 2017.

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