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Opiniões

12 DE DEZEMBRO DE 2018

Educar para o trabalho

Por: Humberto Challoub

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Pesquisa recente realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que 23% dos jovens brasileiros não estão trabalhando ou estudando, contingente formado, em sua maioria, por mulheres de baixa renda.

Esses indicadores figuram entre os maiores percentuais de jovens nessa situação entre nove países da América Latina e Caribe, o que denota a gravidade do problema e a necessidade premente da reversão desse quadro.

Embora essa realidade possa induzir à ideia de que os jovens são ociosos e improdutivos, o levantamento revela que 31% deles estão procurando trabalho, principalmente os homens, e mais da metade, 64%, dedicam-se a trabalhos de cuidado doméstico e familiar, principalmente as mulheres.

O estudo do Ipea destaca que, além da pequena oferta de oportunidades motivada pela redução das atividades econômicas, os jovens, especialmente os que frequentam escolas públicas, têm acesso à educação de baixa qualidade e, por isso, encontram mais dificuldades no mercado de trabalho.

Evidencia-se assim, mais uma vez, a urgente necessidade de ampliação dos investimentos em educação básica e fundamental, com ênfase ao ensino técnico, de forma a permitir uma transição bem-sucedida de seus estudos para o mercado de trabalho.

Da mesma forma, torna-se necessário também promover a melhora de serviços e os subsídios para o transporte, e uma maior oferta de creches para que as mulheres possam conciliar trabalho e estudo com os afazeres domésticos, ações complementares que contribuem para a permanência e evolução dos estudantes na sala de aula.

Ao setor privado cabe igualmente contribuir para melhorar as competências e a empregabilidade desses jovens, por meio da adesão a programas de estágios e incentivo ao desenvolvimento das habilidades socioemocionais requeridas pelos empregadores.

Com cerca de 33 milhões de jovens com idade entre 15 e 24 anos, o que corresponde a mais de 17% da população, o Brasil não pode prescindir de qualificar e preparar essa força de trabalho para contribuir com as metas de recuperação econômica e social a serem estabelecidas pelo novo governo que, a partir do próximo ano, estará comandando o País.

Ao novo ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, cabe a tarefa de implementar políticas realistas e factíveis dirigidas a recuperar a qualidade do ensino brasileiro, com a propalada valorização dos professores e a melhoria das condições estruturais das unidades educacionais.

Uma difícil missão a ser cumprida, mas perfeitamente factível se realizada com a colaboração de todos os segmentos da sociedade.

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