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Opiniões

17 DE SETEMBRO DE 2017

Notas da vergonha

Por: Fernando De Maria

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No meio de tantas acusações políticas que permearam o noticiário nacional nos últimos dias, um fato teve pouca repercussão, mas serve, mais uma vez, de alerta e vergonha para o Brasil.

O Estudo Education at a Glance, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado na última terça (12), destaca que o País investe cerca de US$ 5,6 mil por aluno/ano (R$ 19 mil), enquanto a média dos demais países do grupo é de US$ 10,8 mil (R$ 36,7 mil) por estudante.

Em outro levantamento do mesmo órgão lançado no início do ano, quando foi divulgada a lista dos 36 países integrantes desta organização, o Brasil ficou com o desonroso penúltimo lugar, à frente apenas do México.

O levantamento considera o desempenho dos alunos no PISA – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (em português), a média de anos que os estudantes passam na escola e a porcentagem da população que está cursando o ensino superior.

Conforme o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, o dinheiro investido hoje não permite a valorização da carreira do Magistério, aliada à má qualidade dos equipamentos e a infraestrutura das escolas, várias delas em péssimas condições, prejudicando a todos os envolvidos.

Na verdade, apesar das promessas eleitorais e frases de efeito, como a do governo Dilma Rousseff, com sua Pátria Educadora, nenhum govenante deu a devida prioridade ao setor educacional.

Enquanto o Ministério da Educação destaca que o País é um dos que mais investem neste setor, sendo o terceiro maior entre os membros da OCDE, na prática os resultados são pífios. A burocracia, corrupção e má gestão contribuem para colocar parte dos valores disponíveis no ralo do esgoto que corre no subsolo do poder.

Temos uma massa de jovens ainda fora da escola e mesmo entre aqueles que as frequentam encontram um ambiente desinteressante. De nada adianta o Governo gastar com publicidade para divulgar as mudanças no Ensino Médio, se a valorização dos profissionais inexiste, as condições de trabalho pioram a cada dia, especialmente em regiões periféricas, justamente onde a Educação deve se fazer mais presente.

Afinal, qual professor se habilita a lecionar em uma escola de Ensino Médio paulista – o mais rico da federação – no período noturno para receber R$ 16,65 por hora/aula?

Infelizmente, tal assunto ganha mínimo espaço no noticiário, mas espera-se que seja um dos pilares das discussões eleitorais do próximo ano. Dinheiro há, falta gestão e trato com os recursos públicos.

Mas, o que esperar de um País onde governantes desviam e superfaturam a merenda escolar das crianças e reitores roubam recursos de universidades públicas, apenas para ficarmos em alguns exemplos?

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