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01 DE OUTUBRO DE 2018

O céu é o limite

Por: Da Redação

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Nesse último inverno, em meio a um dia que chamamos de “veranico”, estiada que ocorre em períodos frios e chuvosos, pedalava sob forte calor pela ciclovia (sem árvores) que margeia a Perimetral. De lá, avista-se boa parte da Cidade, tomada por arranha-céus que nascem em cada canto dela.

Essa é uma das principais consequências da verticalização, fenômeno que se multiplica pelas cidades formando selvas de concreto oriundas do desenvolvimento sem um mínimo de planejamento voltado para a sustentabilidade e bem estar do cidadão.

Esse processo urbanístico ocorre em metrópoles e consiste na construção de grandes e inúmeros edifícios, o que acaba, inevitavelmente, criando diversos problemas, por exemplo, dificultando a circulação de ar, devido à diminuição do espaço físico plano para construção.

Impactos

E enquanto muitos brasileiros se sentem mais seguros morando em edifícios, a maioria das cidades brasileiras cresce de forma desordenada e alterando o modo de viver dos cidadãos. O processo de verticalização não modifica o espaço urbano apenas esteticamente, mas traz uma série de impactos que vão desde os ambientais, fisio-biológicos e até psicológicos.

Como fatores positivos, o incremento do uso do solo, segurança, melhorias na mobilidade urbana, reduzindo as distâncias percorridas pelos seus habitantes. Do outro lado, os negativos, como os custos da habitação, sobrecarga na infraestrutura urbana, impermeabilização do solo e o aumento da área exposta à radiação, provocam ilhas de calor.

O processo de verticalização promove mudanças não somente no espaço urbano, mas também na sociedade e na economia da cidade. Primeiro porque que gera migração interna e segregação urbana. No que se refere à economia, as construções ocorrem preferencialmente nas áreas mais nobres da cidade, provocando melhor infraestrutura do que em locais menos valorizados.

História

Santos lidera a lista de cidades mais verticalizadas do Brasil. É o que revelou uma pesquisa inédita realizada pelo ZAP Imóveis, que detalhou os dados do último Censo realizado pelo IBGE e criou o ranking. De acordo com o levantamento, 63% da cidade de Santos é verticalizada.

Os gestores públicos discutem com a população temas polêmicos da Lei de Uso e Ocupação do Solo do Município. Uma sugestão é aumentar os mecanismos compensatórios, que visem, além do interesse social, ambiental e urbanístico, o foco no desenvolvimento do turismo e preservação e recuperação do patrimônio histórico da Cidade, de grande valor cultural para o País.

O progresso é inevitável e, Santos, por ser uma Cidade com grande parcela na história do país deve ter suas raízes preservadas, garantindo, assim, o seu desenvolvimento de forma sustentável e equilibrada.

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