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21 DE FEVEREIRO DE 2017

Retro Mania

Por: Da Redação

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Como um bom gamer old school, todos que se aventuraram em um console na década de 90 e até nos anos 2000 sentem falta do modo como as coisas eram simples. Não que sejamos desprovidos de bons jogos hoje em dia, muito pelo contrário, há jogos espetaculares a cada piscar de olhos (Horizon: Zero Dawn –PS4- que lança na terça de carnaval é prova disso), porém…onde estão aqueles games que nos fizeram nos apaixonar pelos consoles?

IMAGEM 1Jogos antigos que foram um sucesso de vendas sempre retornam, porém, a fórmula precisa de mudanças

Para suprir esta demanda, as produtoras e fabricantes trabalham arduamente numa onda “revival” que tem se formado perante o mercado de games da atualidade. Quer exemplos práticos? Digimon World: Next Order. Este game foi lançado recente para o PlayStation 4 e ele, mesmo com gráficos novos e uma jogabilidade interessante, é a “ressurreição” do Digimon World original, lançado para o primeiro PlayStation.

Cada aspecto do game é feito para relembrar o que fez da série um sucesso no passado (incluindo os detalhes ruins, quem jogou se lembra bem o que os Digimon são capazes de deixar no caminho e que não é tão agradável de se ver), o que torna um enorme apelo emocional aos jogadores que já se aventuraram nas terras digitais e se pegam relembrando de como eram divertidas. Até mesmo o protagonista do passado retorna para o novo game, dando uma sensação de nostalgia aos gamers.

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O protagonista do primeiro Digimon World retorna para resgatar o sentimento nostálgico de quem cuidava de seus Digimon há algumas décadas.

Mas não é o único exemplo. Se fosse, seria ótimo. Caso veja o mercado atual de games, há muita coisa boa, mas você vai se deparar com Dead Island: Retro Revenge (PS4/Xbox One), que copia exatamente como eram os bons tempos de fliperama, ou Power Rangers: Mega Battle (PS4/Xbox One) que imita o game lançado para SuperNintendo aclamado pelo público, Rare Replay (Xbox One), que tem sua proposta mais clara de entreter jogadores do antigo NES até o Nintendo 64, Resident Evil VII (PS4/Xbox One) que resgata todo ambiente de terror e survival horror criado na época…

Isto não é ruim, não me entendam errado. Por favor. Eu mesmo consumo alguns destes materiais e acredito que são realizados para o bem comum. A minha crítica cabe apenas ao excesso. Como dizia um professor de faculdade (que curiosamente está no hall de colunistas deste site), “tudo em excesso prejudica”. Quero games que me lembrem como era bom e divertido jogar. Gostaria de repetir a experiência de estar ansioso em fechar um game com tanto afinco, como fiquei em Resident Evil VII. Mas também quero inovação, coisas diferentes e algo novo que me faça sentir este mesmo impulso, sem ter de me fazer “olhar para o passado”.

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Os puzzles de Resident Evil VII são muito semelhantes aos apresentados no primeiro PlayStation, o que tornou da série uma das mais aclamadas do mundo dos games

E não é só o mercado de games que está sofrendo em excesso com este tipo de conteúdo. Alguém costuma ir aos cinemas? Nos últimos anos, tivemos tantos remakes, reboots etc. da vida que chega a ser pensado sobre a capacidade criativa dos diretores/produtores atuais. Mad Max, Jurassic World, Star Wars Episódio VII: O Despertar da Força, Exterminador do Futuro, Footloose, Planeta dos Macacos, o vindouro Power Rangers…são ideias antigas, revitalizadas para a nova geração.

Como comentei anteriormente, não é errado e o material realizado não é ruim. Consumo e gosto de muitos destes games, filmes e materiais que são produzidos na nova geração e que não tive oportunidade de conhecer anteriormente (ou tive e quero ter o mesmo sentimento). Mas olharmos para o passado não nos permite seguirmos em frente, independente do campo de vida que isto se aplique. Algumas vezes se fazem necessárias as olhadas no que aconteceu antes para melhorarmos o que está vindo ao futuro. Mas no campo cultural, a única coisa que virá de resultado disso são loops que se repetem ao longo dos anos e que nos fazem fincar os pés em um ponto sem progresso.

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 O passado corre lado-a-lado com o presente, mas onde perdemos as boas ideias para o futuro?

Ainda que minha opinião não afete em nada o mercado e se estes games são bons, os materiais provindos disso são muito interessantes. Jogos como Mighty Nº9 (ou Megaman Legacy Collection), que trazem a grande fase side-scrolls dos games, assim como Assassin’s Creed Chronicles que traz novamente o clima criado por Prince of Persia (lembram desse?), o vindouro Final Fantasy VII Remake (nome provisório, mas que acopla a mitologia criada em Final Fantasy VII do primeiro PlayStation com jogabilidade e combate semelhantes ao Final Fantasy XV e Kingdom Hearts) trazem um grande público mais novo para a época que mais gostávamos dos games e cujas histórias e aventuras chegavam em nossos corações. Porém, como disse anteriormente, olhar para trás em excesso não nos fará seguir em frente. Ou teremos sorte, como tivemos até agora, de seguir com bons jogos e com um mercado agradável a todos…ou cairemos no primeiro buraco que surgir. Talvez fosse a hora de olhar para frente e criarmos coisas tão especiais quanto aquela que já conhecíamos. Independente do que seja.

Como me encontrar na Xbox Live e na PSN?

Xbox Live: PlumpDIEGODS;
PSN: CorumbaDS

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