Carnaval, a festa | Boqnews

Opiniões

30 DE JANEIRO DE 2016

Carnaval, a festa

Por: Da Redação

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Descontração da Corte de 1961: a Rainha Mause Prée e o Chanceler Bandeira Júnior paparicam o eterno Rei Momo, Waldemar Esteves da Cunha

Descontração da Corte de 1961: a Rainha Mause Prée e o Chanceler Bandeira Júnior paparicam o eterno Rei Momo, Waldemar Esteves da Cunha

Quando a Escola de Samba Grande Rio entrar na Marquês de Sapucaí, no início da madrugada do dia 8 de fevereiro de 2016 , Santos estará registrando mais uma importante marca na sua trajetória carnavalesca, que completará 158 anos seis dias depois.

A Folia de Momo possui uma relação de cumplicidade com os santistas desde os remotos tempos do Império. Santos, por exemplo, é a única cidade brasileira que pode se gabar de saber, com exatidão, o dia em que aconteceu o seu primeiro baile carnavalesco, num festivo 14 de fevereiro de 1858, data em que foi criada a Sociedade Carnavalesca Santista, que pôs fim às festividades violentas do entrudo (espécie de comemoração de influência lusitana ocorrida nos três dias que antecediam o período de Quaresma). A partir daquele ano, a população santista passou a comemorar o Carnaval de forma mais civilizada, através de bailes de máscaras e um festejo conhecido como CONGRESSO.

As ruas de Santos, nos períodos carnavalescos, se apinhavam de gente que participavam dos desfiles. Muitos deles traziam críticas à sociedade e à política. Um exemplo claro disso aconteceu no Congresso realizado em 1884 pelo “Grupo dos Meteoros”, sociedade carnavalesca formada por foliões da Rua 25 de Março (atual XV de Novembro). Na época, o assunto mais discutido na Câmara Municipal, assim como nos botequins e ruas da cidade, era a lotação esgotada do Cemitério do Paquetá, o que obrigava a Intendência (Prefeitura da época) a buscar soluções para a criação de um novo espaço para sepultamentos. Espirituosos, os “Meteoros” resolveram pinicar as autoridades saindo fantasiados, em seu Congresso, de esqueletos. No carro de abertura do desfile, um cartaz dizia: Para onde Vamos?

Os grupos, blocos e bandas dominaram os carnavais santistas. Centenas deles existiram ao longo dos tempos, deixando marcas importantes e servindo de nascedouro para eventos como a famosa patuscada “Dona Dorotéia, Vamos Furar Aquela Onda? “, criada em 1923 e que se tornou um ícone da Folia de Momo na cidade de Santos.

Por falar em Momo, os santistas tiveram o privilégio de testemunhar o reinado mais longo de um soberano carnavalesco, de Waldemar Esteves da Cunha, que empunhou cetro e coroa por quatro décadas. Sua primeira ascensão aconteceu em 1950 e a última em 2000. Outra curiosidade neste quesito foi o fato de Santos ter sediado por duas vezes, nos anos 1960, um “Congresso Nacional de Reis Momos”. O encontro de “peso” chamou a atenção do país inteiro.

Por conta desta relação de amor ao Carnaval, as marcas de Waldemar, os congressos, os desfiles das bandas, a festa da Dona Dorotéia e a folia que imperava nos bailes promovidos pelos clubes da cidade, Santos era conhecida nacionalmente por ostentar o segundo Carnaval mais animado do Brasil, ficando atrás somente do Rio de Janeiro.

Diante de tanta dedicação, Santos era uma das raras cidades do país a possuir imprensa especializada na Folia de Momo. Figuras importantes, como Rosinha Mastrângelo, Lydia Federici, J. Muniz Junior, Olao Rodrigues, Bandeira Júnior, e tantos outros se tornaram referencia jornalística do assunto.

São tantas as memórias de Carnaval, que conta-las em uma só página é tarefa difícil, tanto quanto conhecer um santista que não se orgulhe dessa bela história.

*Texto reproduzido do site Memória Santista

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