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Opiniões

29 DE NOVEMBRO DE 2015

Xô, Zika!

Por: Fernando De Maria

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O brasileiro é um povo resistente. Não bastassem os problemas econômicos, a corrupção que ganha destaque no noticiário, com envolvimento de políticos em todas as esferas, um grave problema de saúde pública tem preocupado as autoridades médicas a respeito da associação entre a dengue e suas novas variações chikungunya e zika – cujos registros de casos crescem no primeiro semestre de cada ano em razão do período de chuvas – e a explosão de registros de microcefalia, especialmente no Nordeste.

Apesar de não existir uma relação comprovada na relação entre o nascimento de bebês com a doença, que se caracteriza pela malformação craniana trazendo sequelas psicomotoras irreversíveis, pesquisadores não descartam a associação desta possibilidade. A microcefalia atinge o feto logo nas primeiras semanas de gestação. Assim, muitas mulheres são infectadas mesmo sem saber que estão grávidas.

Os números são preocupantes. Pernambuco é o estado que concentra a maior parte dos registros, com 175 casos confirmados (de um total de 739) e 400 notificações. Nos últimos três meses, 1% das crianças do estado nasceram com a doença, média de um caso por 100, quando o índice é de um para 8 mil nascidos pelo menos.

Projeções do Palácio do Planalto mostram que a situação tende a piorar entre fevereiro e março, com a explosão de casos de microcefalia em pelo menos 14 estados brasileiros.

Apesar de não haver registros oficiais de vítimas da zika por aqui, por enquanto, autoridades de saúde estão em alerta. Em São Vicente, quatro casos identificados de microcefalia estão sob suspeita. Mesmo que não haja comprovação na relação destes primeiros casos será questão de tempo até ocorrerem os registros iniciais de recém-nascidos, vitimas da zika.
Informações da Secretaria de Saúde do Estado mostram que até outubro foram notificados na região 26.613 casos de dengue e 17.496 confirmados, seja de forma autóctones (no próprio município onde o paciente reside) ou importado (quando é infectado em outra localidade). Somente em 2015.

Preocupa também o estudo recente realizado pelo Ministério da Saúde com 1.792 cidades que divulgou o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) apontando 199 municípios com elevado risco de surto de dengue, chikungunya e zika. Isso significa que mais de 4% das casas visitadas nas cidades continham larvas do mosquito.

Dos oito municípios pesquisados na Baixada (Peruíbe não aparece na listagem), um está em alerta vermelho (Guarujá), cinco em amarelo (Santos, Praia Grande, São Vicente, Mongaguá e Itanhaém), e dois em verde (Bertioga e Cubatão). Aliás, por bem pouco, São Vicente também não entra na lista de alerta máximo. Diferença de 0,2 em relação ao Guarujá.

Portanto, o cenário é preocupante e, infelizmente, a guerra contra a dengue já começa atingir até quem sequer chegou ao mundo. Uma triste faceta de uma realidade comum em países do terceiro mundo como o nosso.

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