aA primeira fase da Copa do Mundo se encerrou. Foram 48 partidas disputadas e 122 gols marcados até agora. A média de gols por jogo nessa fase de grupos foi animadora: 2,5. A Bélgica foi a mais bem-sucedida no fundamento mais importante do futebol. Seus jogadores marcaram nove gols até agora.
Mas a fase de grupos foi muito mais do que números. Foi feita de momentos marcantes que já entraram para a história do torneio mais importante do futebol. E o primeiro cenário foi visto já na partida de abertura.
Rússia começa bem e vai às oitavas
A expectativa dos russos com sua seleção não era das melhores. Garantida no torneio por ser anfitriã, não disputou as eliminatórias e se preparou com amistosos e com a Copa das Confederações.
Entretanto, nos últimos oito jogos, havia perdido cinco, empatado um e vencido apenas dois. E uma dessas vitórias foi contra um time do país, o Dínamo de Moscou. Os torcedores não enxergavam motivos que levassem a Rússia a próxima fase.
A esperança voltou após a goleada por 5 x 0 contra a Arábia Saudita, na abertura da Copa. Em seguida, mais uma vitória, desta vez por 3 x 1 contra o Egito. Com isso, os pontos foram necessários para a sonhada classificação.
Já a última partida, contra o Uruguai, decepcionou a torcida. A derrota por 3 x 0 lembrou a seleção russa de antes da Copa. Resta saber qual é o real tamanho do futebol russo. A torcida vai descobrir no próximo domingo (1º) contra a Espanha. Quem perder, estará fora.
Grandes seleções sofrem para avançar
A partida entre Espanha e Portugal, pela primeira rodada, foi uma das mais eletrizantes até agora. A Espanha jogou um futebol de troca rápida e afiada de passes e boas finalizações.
Do outro lado, um homem roubou a cena. Cristiano Ronaldo causou medo a defesa espanhola durante todo jogo. Marcou os três gols de Portugal no empate com a Espanha e avisou: “eu estou aqui”.
As promissoras seleções, no entanto, esfriaram nas rodadas seguintes. Contra iranianos e marroquinos, os ibéricos sofreram. Os portugueses venceram Marrocos por 1 x 0 em um jogo em que os africanos foram melhores a maior parte do tempo.
Enquanto isso, a Espanha teve muitas dificuldades para bater o Irã pelo mesmo placar. Na última rodada, ambos empataram seus jogos e ainda não convenceram.
Mas dentre as seleções que seguem na Copa, não houve drama maior que o argentino. Vice-campeões na Copa de 2014, o time comandado por Messi ainda não se encontrou em campo. E ficou à beira da desclassificação.
O empate com a Islândia, na primeira rodada, parecia um acidente de percurso. Mas a derrota incontestável para a Croácia por 3 x 0 mostrou um time sem padrão tático. Além de um sistema defensivo fraco e muito dependente de Messi… e da sorte.
Na partida contra a Nigéria, quando precisavam vencer, os dois fatores entraram em campo. Após o gol de Messi, a seleção albiceleste diminuiu o ritmo e sofreram o empate; já no segundo tempo. Depois disso, o que se viu foi um time desesperado e sem inspiração.
Quem salvou a Argentina, já aos 41 minutos, foi Rojo. O zagueiro correu para a área para aproveitar um cruzamento de Mercado e tirar a seleção do sufoco. Amanhã, os argentinos enfrentam os franceses para mostrar até onde esse time pode ir.
Adeus alemão
Atuais campeões, os alemães não mostraram o futebol exuberante que desfilaram no Brasil em 2014. Não houve criatividade, inspiração e o sangue frio que fizeram o futebol alemão tão respeitado nos últimos anos.
Não foi uma eliminação acidental. A Alemanha mereceu voltar mais cedo para casa. Perdeu para o México, quando passou a maior parte do jogo no campo de ataque sem conseguir marcar.
Contra a Coreia, o drama se repetiu. E, no final, um desesperado goleiro Neuer correu para o ataque, onde perdeu a bola e cedeu o gol da justa eliminação. “A decepção de sermos eliminados é enorme. Não merecemos vencer a Copa novamente, não merecemos ir às oitavas de final”, admitiu o técnico Joachim Löw.
Brasil e Uruguai melhoram ao longo da competição
O empate do Brasil com a Suíça (1x 1) ligou o alerta na torcida brasileira. O mesmo sentiu o Uruguai com a vitória no último minuto contra o Egito. Mas tanto uruguaios quando brasileiros souberam explorar melhor, jogo a jogo, suas principais armas.
Cavani e Suárez pouco fizeram na estreia, mas já são uma ameaça real às outras seleções. O duelo contra Portugal, pelas oitavas, é imprevisível.
Já Neymar e Philippe Coutinho têm se mostrado mais entrosados e peças-chave para o sucesso da Seleção Brasileira. Se no primeiro jogo o gol de empate sofrido desestabilizou a seleção, a segunda partida teve um Brasil mais dominante durante os 90 minutos.
Mas a impaciência pelo gol ainda existia. E com a vitória garantida só nos acréscimos, todo o Brasil pode respirar fundo. Alguns até choraram de alívio.
A última partida, contra a Sérvia, mostrou um Brasil frio e calculista. Com a vantagem do empate, correu poucos riscos e mostrou uma defesa segura. No ataque, havia paciência e tranquilidade.
O placar de 2 x 0 foi construído sem desespero no campo ou fora dele. A curva evolutiva da Seleção Brasileira será testada contra os mexicanos na segunda-feira (2). Dessa vez, a vitória é crucial. Quem perder estará eliminado.