Nesta segunda-feira (22), quando tomar posse oficialmente como novo presidente do Santos Futebol Clube para o triênio 2015/2016/2017, Modesto Roma Jr. entrará para a história. Filho de um histórico dirigente santista (Modesto Roma), foi eleito em um pleito concorrido, com cinco candidatos. Porém, o novo mandatário não terá muito tempo para curtir o “sonho”, que está à beira de se tornar um pesadelo.
O Alvinegro Praiano sofre uma grave crise econômica. Durante grande parte de 2014, atrasou salários e direitos de imagem. Porém, a situação se agravou com o atraso de três meses de direitos de imagem (maior parcela dos vencimentos dos jogadores) e dois meses na CLT. Como, de acordo com as leis trabalhistas, o vínculo pode ser encerrado com três meses de falta de pagamentos, Roma Jr. terá que correr contra o tempo para sanar esta questão e não entrar 2015 com uma onda de ações judiciais.
A transição entre o mandato de Odílio Rodrigues e de Modesto começou na segunda pós-eleição. Ambos concederam entrevista coletiva na Vila Belmiro e destacaram que as dívidas preocupam. “A minha conversa (com o Odílio) foi de metas e rumos. Será uma transição de cordialidade, de respeito entre aqueles que estão assumindo e começando um trabalho no Santos “, destacou.
O comando técnico da equipe é outro ponto de preocupação. Segundo o novo presidente, o futuro de Enderson Moreira e toda gerência de futebol será definido após conversas. “Nós falaremos de contratações quando elas existirem. O contrato que existe hoje é o do Enderson. Vamos conversar com ele, conhecer o planejamento. Se for agradável, ele ficará”, ressaltou.
Sobre o orçamento do clube, que prevê apenas R$ 9 milhões para contratações neste ano, ele afirmou que o número é uma previsão. E ainda lembrou que o time tem uma base forte. “Não dá para negar a qualidade técnica de um Arouca, Caju, Lucas Lima e Robinho”. A respeito de uma oferta a Leandro Damião, feita pelo Cruzeiro, desdenhou: “Eu queria ter o Messi e pagar 10% do salário dele”.
Eixos
Durante a série de entrevistas feitas pelo Boqnews com os candidatos à presidência do Santos, Modesto Roma Jr. disse que sua gestão seria baseada em cinco eixos: sanear as dívidas, reestruturação do clube, seriedade e transparência na administração, aumentar a arrecadação – principalmente com ações de marketing e o futebol “com a alma da torcida alvinegra”.
“Com estes pontos faremos o Santos grande como ele é e deve ser em todos os seus momentos e em toda a sua trajetória”, observou à época.
O novo presidente também destacou que pretende modernizar a Vila Belmiro, mas não ampliá-la. “Reformar a Vila, que é um templo sagrado, é legal. Existem coisas para construir ali na (Rua) Tiradentes, refazer aquele espaço. Acho que existem alguns pontos cegos no estádio que temos que reavaliar, principalmente do lado da (Rua) José de Alencar”, detalhou.
Roma Jr. também defende uma reestruturação do comitê de Gestão do clube, que passaria a ter um papel de comitê de administração, auxiliando o mandatário em diversas ações. Quer mandar a maioria dos jogos do Santos na Vila Belmiro, mas não descarta, baseado em ações de marketing, jogar em São Paulo, norte do Paraná, Cuiabá, Brasília ou outras praças. “A casa do Santos é onde nossa torcida está reunida”, filosofou.
Modesto terá muito trabalho pela frente nos próximos três anos. E diversas missões a cumprir. E a maior delas é não fazer um sonho dos torcedores se tornar um pesadelo.