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09 DE JANEIRO DE 2009

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Curiosidades marinhas

O Aquário Municipal de Santos, o mais antigo do País, é o parque mais procurado da Cidade e o segundo mais visitado do Estado, com cerca de 500 mil visitantes por ano. Existente desde 1945, o espaço foi inaugurado pelo presidente da República da época, Getúlio Vargas; justamente por ser o primeiro aquário público do […]

Por: Da Redação

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O Aquário Municipal de Santos, o mais antigo do País, é o parque mais procurado da Cidade e o segundo mais visitado do Estado, com cerca de 500 mil visitantes por ano. Existente desde 1945, o espaço foi inaugurado pelo presidente da República da época, Getúlio Vargas; justamente por ser o primeiro aquário público do Brasil.



Após passar por ampla reforma e reinauguração em 2005, as paredes externas do parque ganharam dois murais elaborados pelo artista e ambientalista norte-americano Robert Wyland, conhecido mundialmente pelo seu trabalho de conscientização ecológica focado na vida marinha.

Dentro do local é possível observar mais de 200 espécies de água doce e salgada,  totalizando  4 mil animais aquáticos. São garoupas, moréias, carpas, piranhas, tartarugas, tubarões e corais. O biólogo do setor de Educação Ambiental e Manejo do Aquário, Demétrio de Carvalho, ressalta a cenografia de cada ambiente. “Cada tanque representa o habitat das espécies ali presentes, como o amazônico, asiático, mangue, praia arenosa”, explica.



Outro aspecto diferenciado era o Tanque de Toque, onde os visitantes tinham a possibilidade de entrar em contato com anêmonas e ouriços, sempre orientados por um monitor. Porém, devido a alguns problemas, o contato não é mais permitido e o nome agora é Tanque dos Invertebrados Marinhos. Como explica o biólogo Demétrio, “as pessoas, sem querer, vinham com a mão suja  mexer nos animais, que ficavam doentes. Dessa forma,  suspendemos essa prática, até que seja instituída uma maneira mais eficiente de controlar a higiene dos visitantes”, diz. 

A  maior estrela do Aquário é o lobo-marinho Macaezinho. “Ele é, com certeza, a atração favorita dos visitantes”, confirma. O animal é protagonista de inúmeras traquinadas e acrobacias em seu tanque de 134m² – maior que muitos apartamentos -, com 450 mil litros de água – o qual permite a visualização do animal submerso.

O tanque dos pingüins possui um espaço para banho de sol e uma área totalmente refrigerada. Ali, o visitante pode ver o único pingüim nascido em cativeiro no Brasil. O antigo espaço do leão-marinho Macaé foi transformado em um Tanque Oceânico, com 350 mil litros de água, onde estão expostos tubarões, omero (peixe gigante), raias e cardumes de grande porte.

Troca-Troca

Algumas frases e perguntas já se tornaram comuns aos biólogos e monitores do Aquário. “É rotineiro ouvir coisas como ‘Tio, a moréia está se afogando!’ de um visitante preocupado, quando na verdade, o animal está apenas escondido e sem se mexer muito. Faz parte do trabalho de monitoria explicar e acalmar os mais afoitos”, explica o biólogo.

Além disso, há, por exemplo, um grupo que acredita veemente que o peixe Pangássius  é a reencarnação do Buda. “Por se tratar de religião, não concordamos nem discordamos”, ri o biólogo.

O maior equívoco de todos, segundo Demétrio, se refere aos pingüins.
– O pingüim não devia estar no gelo? Ele não é da Antártida?
“Esta é a frase campeã, a maior dúvida entre os visitantes. E explicamos que, na verdade, poucas pessoas sabem, mas o pingüim é originário da Patagônia e é um animal que suporta diversas temperaturas”, diz. Ele aproveita para relembrar uma vez quando levaram ao Aquário um pingüim dentro de um isopor cheio de gelo e o animal foi diagnosticado com uma grave hipotermia. “Jamais façam isso”, frisa.

Entre outras peculiaridades, o jornal Boqueirão constatou durante a reportagem diversos turistas soltando pérolas como “Olha, filho, a foca!”, apontando para o lobo-do-mar Macaezinho. Nesse caso, inclusive, o animal também é confundido com lontra, morsa, golfinho, pingüim gigante e por incrível que pareça, até hipopótamo!…

Taxidermia

O biólogo e taxidermista Alex dos Santos Ribeiro, que trabalha no Aquário há três anos, desempenha uma função pouco conhecida e peculiar: empalhar os animais. Ele explica que cada animal é diferente.
“Por exemplo, não são todos que podemos aplicar essa técnica. A baleia é impossível, por isso é feita a remontagem de seu esqueleto, para as pessoas terem a dimensão de seu tamanho. Da mesma forma, a água-viva, por ser feita 99% de água. Parece óbvio, mas a maioria das pessoas acredita que é possível empalhar tudo”, ressalta.

Pode não parecer, mas é necessário profundo conhecimento biológico para trabalhar com a técnica. “Além de ser artista, é necessário conhecer a anatomia do animal, o habitat. Por isso sou biólogo de formação. É um trabalho e tanto”, confessa.

Além de ser apaixonado pelo que faz, Alex destaca um aspecto muito interessante do setor, que é seu uso como ferramenta de Educação Ambiental. Cita o projeto Mesa Itinerante de Animais Taxidermizados, que visa saciar a curiosidade das pessoas e facilitar o aprendizado em relação à técnica. “Levamos os animais e junto os dioramas (maquetes que complementam o trabalho) não só em feiras ambientais, mas também para crianças com deficiências diversas. Esse contato, essa estimulação pelo tato é gratificante para ambos os lados. São várias peças que promovem uma inesquecível experiência de toque”, destaca.
Não é possível ver o trabalho de Alex de perto dentro do Aquário, porém vale lembrar  que durante as férias de janeiro ele dará o curso Princípios básicos de Taxidermia, no próprio local. As inscrições gratuitas podem ser feitas pelo telefone: 3236-9996.

Serviço

O Aquário fica à Av. Bartolomeu de Gusmão, s/nº, Ponta da Praia. Nas férias, funciona de segunda a sexta, das 9 às 19 horas, e aos sábados, domingos, feriados, das  9 às 20 horas. O ingresso custa cinco reais, sendo gratuito para crianças até 12 anos e idosos acima de 60 anos, mediante apresentação de documento. Estudantes pagam meia entrada.
Não é permitida a entrada em trajes de banho, sem camisa,  nem uso de flash de máquina fotográfica.

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