Codesp aposta em modal hidroviário para Porto de Santos em 2018 | Boqnews
Foto: Nando Santos

Transporte

16 DE FEVEREIRO DE 2018

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Codesp aposta em modal hidroviário para Porto de Santos em 2018

Inicialmente, o modal hidroviário, serviço a ser repassado à iniciativa privada, usará 17 quilômetros de vias espalhadas pelo estuário santista

Por: Fernando De Maria

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Porto de Santos vai investir no transporte hidroviário para levar cargas de Cubatão aos terminais portuários, em um percurso inicial de 17 quilômetros. Foto: Divulgação

 

Após bater o recorde de movimentação em 2017, com exatas 129.865.022 toneladas entre importação e exportação de mercadorias, sendo quase a metade em carga vegetal, (soja, milho, açúcar, café, por exemplo), o Porto de Santos tem nova meta.

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) – administradora portuária – vai abrir à iniciativa privada a exploração de uma nova alternativa logística para ampliar sua potencialidade de movimentação de cargas.

A implantação do sistema hidroviário, com embarque de carga – inicialmente contêineres – a partir do cais da antiga Cosipa (atual Usiminas), em Cubatão, ocorrerá em direção aos terminais que atuam com cargas do gênero.

Serão usadas balsas com capacidade para transportar até 350 contêineres por viagem.

Esta é a nova aposta da administradora portuária para aprimorar a logística do cais.

O transporte será feito ao longo de 17 quilômetros ao longo do estuário percorrendo as duas margens em direção aos terminais.

Estudos mostram que a região tem 200 quilômetros a serem explorados pelo novo modal na região, seja para transporte de cargas ou de passageiros.

 

Alternativa e economia

Defensor das hidrovias, o presidente da Codesp, José Alex Oliva, está animado com a novidade.

Professor universitário e especialista em logística, ele explica em números as vantagens do novo modal.

Pelos cálculos, a capacidade de transporte hidroviário poderá chegar a 1.400 contêineres/dia transportados.

“Isso desafogará as estradas, diminuindo o volume de caminhões com contêineres, agilizando e ampliando a capacidade dos caminhões com granel que precisam chegar ao Porto para descarregar”, enfatiza.

“Além de ampliar a capacidade de movimentação da carga ferroviária, pois com a diminuição do fluxo de caminhões facilitará o fluxo dos trens”, acrescenta.

Por questões técnicas, os modais rodoviário e ferroviário se sobrepõem em vários trechos do cais.

Ao todo, são 26 passagens de nível, acarretando demora no fluxo dos veículos.

Maior agilidade

Oliva acredita que o novo modal agilizará o embarque e desembarque de cargas, diminuindo o tempo de espera das embarcações.

No passado, segundo ele, o tempo médio de um navio no Porto chegava a 20 dias.

Fechou 2017 com 9 dias. “Nossa meta é chegar a 6 dias neste ano”, enfatiza.

Com maior agilidade, os custos caem e o porto se torna mais competitivo. “Isso é logística”, destaca.

Aos que acreditam que o modal hidroviário acarretará duplo trabalho, Oliva nega.

Ele explica que a diminuição nos conflitos entre os demais modais vai gerar economia de tempo e energia.

“Ainda haverá a redução de gás carbônico. Dá ainda para capitalizar o efeito carbono zero no futuro”, enfatiza.

Vale lembrar que os caminhões descarregarão nas balsas que por sua vez terão a carga retirada nos terminais.

Outra vantagem do uso deste modal está na potencialidade para a expansão portuária.

E ainda a instalação de empresas exportadoras/importadoras ao longo de braços de rios da região.

Se ocorrer, isso permitirá a criação de um complexo multimodal industrial.

Presidente da Codesp, José Alex Oliva, destaca as vantagens da implantação do modal hidroviário. Foto: Nando Santos

Logística

A média diária de caminhões que circulam pelo Porto de Santos chega a 7.106 podendo dobrar nos períodos de safra de soja, por exemplo.

A retirada de quase 20% de caminhões das estradas e ruas – com o uso pleno das hidrovias – é apontada como um reforço importante para o cais santista em virtude do avanço de outros portos.

São os casos dos portos do Nordeste (Suape – PE e Itaqui – MA) e Paranaguá (PR).

O cenário se complica  após as prefeituras de Santos e Guarujá terem aumentado o ISS de 3% para 5%, índice que vigorará a partir de abril.

O diretor-executivo do Sopesp – Sindicato dos Operadores Portuários, José dos Santos Martins, teme o risco de fugas de cargas.

O fato foi discutido durante o fórum Safra Brasil 2018, ocorrido no Concais, no final de janeiro.

O escoamento da safra de granéis sólidos em 2017 foi 38% pelas estradas e 62% pelas ferrovias.

Para este ano, índices semelhantes estão previstos, ultrapassando 55 milhões de toneladas.

“A hidrovia tem papel preponderante neste mix logístico”, aposta o dirigente.

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