Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda e ex-deputado federal, é alvo hoje (9) da Operação Buona Fortuna, na 49ª fase da Lava Jato.
São cumpridos três mandados de busca e apreensão na capital paulista e mais seis em Guarujá (SP), Jundiaí (SP) e Curitiba.
De acordo com as investigações, Delfim Netto é suspeito de receber 10% da propina.
O montante teria sido pago por construtoras que atuaram na obra da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
Delfim Netto teria recebido R$ 15 milhões do Consórcio Norte Energia.
O consórcio é composto pelas empresas Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS e J. Malucelli, por meio de contratos fictícios de consultoria.
Além dos 10% remetidos ao ex-ministro, o consórcio teria enviado propina aos partidos PMDB e PT.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), cada um dos partidos recebeu 45% dos valores.
O grupo de empresas pode ter sido favorecido no leilão de concessão de Belo Monte por agentes do governo federal.
Delfim Netto e empreiteiras
O Ministério Público usou informações obtidas pelos acordos de leniência firmados com empreiteiras.
Foram elas: Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht, além da quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico.
No caso da Odebrecht, os pagamentos direcionados a Delfim Netto vinham com o codinome professor.
Além da corrupção, o MPF aponta os prejuízos sociais e ambientais na região a partir da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
A Agência Brasil aguarda resposta da defesa de Delfim, que não foi encontrada até a publicação deste texto.