No estado de São Paulo, 250 cidades estão em situação de alerta ou risco de surto de dengue, zika e chikungunya, de acordo com o novo Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de 2018, divulgada nesta quarta (12).
Outras 388 estão em situação satisfatória e outros cinco municípios utilizaram armadilha.
Trata-se de uma metodologia utilizada quando a infestação do mosquito é muito baixa ou inexistente.
A capital do estado, São Paulo, está em situação satisfatória.
Desse total, 208 cidades estão em alerta e 42 em risco de surto das doenças.
Em São Paulo, a maior parte dos criadouros foi encontrada em depósitos domiciliares (4.456), seguida de depósitos de lixo (1.899) e água (629).
Baixada Santista
Na Baixada Santista, a pior situação encontra-se em São Vicente.
Ela tem índice de IIP – Índice de Infestação Predial, com o preocupante número 6%, o que a deixa em estado de risco.
Já em estado de alerta (cor amarela) estão as cidades de Itanhaém (2,5% IIP); Santos (2,3%); Peruíbe (2,2%), Guarujá (1,5%) e Cubatão (1,3%).
Em situação satisfatória (cor verde) estão as cidades de Bertioga (0,9%), Mongaguá (0,7%) e Praia Grande (0,6%).
Capitais
Todas as capitais do país realizaram um dos monitoramentos de mosquito: 25 realizaram o LIRAa; e duas, armadilhas.
Estão com índices satisfatórios os municípios de Curitiba (PR), Teresina (PI), João Pessoa (PB), Florianópolis (SC).
E ainda: São Paulo (SP), Macapá (AP), Maceió (AL), Fortaleza (CE) e Aracaju (SE).
As capitais com índices em estado de alerta são: Manaus (AM), Belo Horizonte (MG) Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ).
E também: Brasília (DF), São Luís (MA), Belém (PA), Vitória (ES), Salvador (BA), Porto Velho (RO), Goiânia (GO) e Campo Grande (MS).
Já as capitais Palmas (TO), Boa Vista (RR) Cuiabá (MT) e Rio Branco (AC) estão em risco de surto de dengue, zika e chikungunya.
Isso porque apresentam Índice de Infestação Predial (IIP) igual ou superior a 4%.
As capitais Natal (RN) e Porto Alegre (RS) fizeram o levantamento por armadilha.
Todas as formas de coleta de dados ocorreram no período de outubro e novembro deste ano.
Dados nacionais
Em todo o país, 5.358 municípios, 96,2% da totalidade de cidades, realizaram algum tipo de monitoramento do mosquito transmissor dessas doenças.
Deste total, 5.013 por levantamento de infestação (LIRAa/LIA) e 345 por armadilha.
A metodologia armadilha é utilizada quando a infestação do mosquito é muito baixa ou inexistente.
O Ministério da Saúde recomenda aos municípios que realizem ao menos quatro vezes ao ano o LIRAa.
Em janeiro de 2017, a pasta publicou Resolução nº 12.
Ela torna obrigatório o levantamento entomológico de infestação por Aedes aegypti pelos municípios e o envio da informação para as Secretarias Estaduais de Saúde e destas, para o Ministério da Saúde.
A realização do levantamento está atrelada ao recebimento da segunda parcela do Piso Variável de Vigilância em Saúde, recurso extra que é utilizado exclusivamente para ações de combate ao mosquito.
Até então, o levantamento era feito a partir da adesão voluntária de municípios.
Dados epidemiológicos
DENGUE – Até 3 de dezembro, foram notificados 241.664 casos de dengue em todo o país, um pequeno aumento em relação ao mesmo período de 2017 (232.372).
A taxa de incidência, que considera a proporção de casos por habitantes, é de 115,9 casos/100 mil habitantes.
Em comparação ao número de óbitos, a queda é de 19,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Passou de 176 mortes em 2017 para 142 neste ano.
CHIKUNGUNYA – Até 3 de dezembro, foram notificados 84.294 casos de chikungunya em todo o país, redução de 54% em relação ao mesmo período de 2017 (184.344).
A taxa de incidência, que considera a proporção de casos por habitantes, é de 40,4 casos/100 mil habitantes.
Em comparação ao número de óbitos, a queda é de 81,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Ou seja, passou de 191 mortes em 2017 para 35 neste ano.
ZIKA – Até 3 de dezembro, foram notificados 8.024 casos de zika em todo o país, redução de 53% em relação ao mesmo período de 2017 (17.025).
A taxa de incidência, que considera a proporção de casos por habitantes, é de 3,8 casos/100 mil habitantes.
Neste ano, foram quatro óbitos por Zika.