Com fim da hegemonia da TV, internet pode ser decisiva nestas eleições | Boqnews
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil

Política

16 DE AGOSTO DE 2018

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Com fim da hegemonia da TV, internet pode ser decisiva nestas eleições

Especialistas avaliam que a internet terá mais peso que nunca no pleito

Por: Gilberto Costa
Da Redação

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As próximas eleições podem ficar para história. Portanto, registrando o fim da era da televisão aberta como o principal meio de informação dos brasileiros para acompanhar a disputa de votos por cargos públicos.

Ou seja, têm como hipótese a possibilidade de a internet ter mais peso do que nunca na decisão.

Assim, mudando em definitivo, a maneira de se fazer campanha eleitoral no país.

No entanto, pesquisadores de comunicação e consultores eleitorais assinalam que os 147,3 milhões de eleitores brasileiros escolherão seus representantes sob influência de conteúdos nas redes sociais.

Além dos aplicativos de mensagens instantâneas, em especial no Facebook e no WhatsApp.

“Tem se especulado que esse pleito possa vir a ser a primeira eleição onde a internet assuma papel protagonista”, resume o sociólogo e cientista político Antônio Lavareda. O cientista já trabalhou em mais de 90 eleições majoritárias (campanhas para presidente, governador e senador).

Nas plataformas da internet, diferente da televisão e do rádio, que veiculam o horário eleitoral gratuito, a comunicação é individualizada. Além de ser interativa.

Os conteúdos são mediados pelos usuários, em lugar de vídeos e peças sonoras veiculados para grandes audiências. Portanto, sem possibilidade de resposta ou de reencaminhamento.

“A mensagem encaminhada, que consegue penetrar em grupos, é mais influente do que aquela que vem pela televisão”, afirma o estatístico e doutor em psicologia social, Marcos Ruben.

Fábio Gouveia, coordenador do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), assinala que “a atenção não está mais concentrada na televisão”.

Portanto, nesta campanha, os usuários “assumem papel de filtros disseminadores”, repassando ou retendo mensagens às pessoas com quem estão conectadas.

Christian Dunker, professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), aponta que a internet “viabiliza informação para uma quantidade grande da população. Principalmente a que estava excluída do debate político”.

Segundo ele, “isso ajuda a entender as formas de tratamento, usos de imagem, estratégias de retórica intimidativa e bipolarizante [hoje verificados] que eram menos acessíveis quando tínhamos a campanha baseada na televisão”.

Riscos

Os especialistas não desconsideram os riscos da próxima campanha eleitoral como a circulação de notícias falsas. Seguidas pela deformação de mensagens, difamações generalizadas e, por fim, manifestações de ódio e intolerância.

Para o jornalista Mário Rosa, especialista em gestão de crises de imagem, há forte possibilidade que haja forte campanha negativa na troca de mensagens. Principalmente em paralelo à campanha positiva e com as propostas no horário eleitoral.

“O disparo do WhatsApp não pode ser monitorado e nem auditado. Podem atacar e não vai se saber qual a origem dos ataques”, alerta Mário Rosa. Ele lembrar que “o objetivo da campanha eleitoral não é informar, mas convencer”.

Na mesma linha, Christian Dunker não afasta a possibilidade, especialmente ao fim da campanha, de serem disseminados “fatos políticos que possam vampirizar candidaturas. Além de interferir nos resultados”.

Números

O Facebook chegou a 127 milhões de usuários neste ano no Brasil. Entretanto, o WhatsApp tinha cerca de 120 milhões de pessoas ligadas no ano passado. Cerca de 20 milhões a mais do que em 2016.

Contudo, Facebook e WhatsApp não informaram o crescimento de usuários que tiveram entre a eleição de 2014 até o momento.

Segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal (SinditeleBrasil), nos últimos quatro anos, o número de usuários de aparelhos celulares 3G e 4G subiu. Assim, passando de 143 milhões para 188 milhões.

Assim, com uma diferença de 45 milhões, superior à população da Argentina.

Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar do IBGE contabiliza que “entre os usuários da internet com 10 anos ou mais de idade, 94,6% se conectaram via celular”.

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