O lucro dos bancos correspondeu a 14,04% do custo do crédito para famílias e empresas, de acordo com dados divulgados nesta manhã pelo Banco Central (BC) no Relatório de Economia Bancária. Além da margem financeira dos bancos, os custos do crédito são compostos por inadimplência (38,27%); despesas administrativas (25,55%) e tributos (22,13%). Esses dados são referentes ao ano passado.
Segundo o relatório, a ampliação da concorrência pode tornar os empréstimos mais baratos por meio da redução dos lucros. De acordo com o BC, ainda que o lucro tenha menor peso nos custos para o tomador de crédito, ampliar a concorrência é uma “prioridade”.
“A instituição vem tomando medidas para aumentar a disponibilidade de informações às instituições financeiras; adaptar a regulação de acordo com o porte da instituição financeira, fomentar a portabilidade de empréstimos; facilitar o acesso ou mudança de instituição financeira pelos clientes e ainda incentivar inovações financeiras”, diz o BC.
Concentração bancária
Para o BC, maior concorrência entre os bancos não requer necessariamente menor nível de concentração bancária (poucos bancos atuando no mercado). “O Banco Central monitora a concentração do Sistema Financeiro Nacional e está atento aos riscos para o sistema e aos possíveis efeitos sobre o spread [diferença entre taxa de captação do dinheiro pelos bancos e a taxa cobrada dos clientes] bancário e outros preços.
Todavia, a relação entre concentração e spreads não é tão direta quanto o senso comum pode sugerir”, ressalta. De acordo com o BC, outros fatores estruturais são importantes para se explicar o custo do crédito: despesas administrativas; impostos; margem financeira (lucro) e inadimplência.
De acordo com o relatório, em 2016, o Brasil estava no grupo de países com os sistemas bancários mais concentrados, o que inclui Austrália; Canadá; França; Holanda e Suécia.
Crescimento do crédito
Ainda no relatório, o BC projeta crescimento de 3% do crédito, este ano. Em março, o BC divulgou projeção maior: 3,5%. O saldo do crédito para pessoas físicas deve crescer 7%. Já para as empresas, a previsão é de queda de 2%.