MEC tem agora secretarias para alfabetização e escolas militares | Boqnews
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Educação

07 DE JANEIRO DE 2019

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MEC tem agora secretarias para alfabetização e escolas militares

Educação básica é a prioridade da pasta

Por: Mariana Torkaia
Da Redação

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Com a posse do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Ricardo Vélez Rodríguez foram feitas, esta semana, mudanças na estrutura do Ministério da Educação (MEC).

A pasta passa a contar agora com a Secretaria de Alfabetização, a Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação.

Além de uma Subsecretaria de Fomento às Escolas Cívico-Militares.

As novas secretarias e subsecretaria são voltadas principalmente para a educação básica, etapa que compreende desde as creches ao ensino médio e que, segundo Vélez Rodríguez, será prioridade do governo.

Para implementar as mudanças nas escolas, o MEC precisará do apoio de estados e municípios, que detêm a maior parte das matrículas.

Escolas cívico-militares

Baseado no alto desempenho de colégios militares em avaliações nacionais, o governo quer expandir o modelo.

Segundo o decreto que detalha as atribuições do MEC, haverá uma subsecretaria para desenhar uma modelagem de gestão escolar que envolve militares e civis e garantir a aplicação desse modelo nos estados e municípios.

É a chamada Subsecretaria de Fomento às Escolas Cívico-Militares. Pelo decreto, a adesão de estados e municípios ao modelo será voluntária.

Em nota, o MEC explica que a presença de militares na gestão administrativa “terá como meta a resolução de pequenos conflitos que serão prontamente gerenciados, a utilização destes como tutores educacionais, para a garantia da proteção individual e coletiva, dentre outras visando a disciplina geral da escola”.

“Os militares contribuirão com sua visão organizacional e sua intrínseca disciplina; os civis com seus conhecimentos pedagógicos, todos juntos farão parte desta proposta de estrutura educacional”.

Ainda segundo o MEC, o Brasil apresenta altos índices de criminalidade.

“Neste contexto o Ministério da Educação buscará uma alternativa para formação cultural das futuras gerações. Pautando a formação no civismo, na hierarquia. E no respeito mútuo sem qualquer tipo de ideologia tornando-os desta forma cidadãos conhecedores da realidade e críticos de fatos reais”.

Esse modelo será implementado preferencialmente em escolas em situação de vulnerabilidade social.

E ainda para as famílias que concordam com essa proposta educacional.

 

Modelo será implementado onde existe situações de vulnerabilidade social. Foto: Divulgação

 

Novas secretarias

As duas novas secretarias do MEC foram criadas a partir da extinção da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi).

Agora ela se chama: Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação e Secretaria de Alfabetização.

Dentro da primeira, haverá, entre outras, uma diretoria voltada apenas para pessoas surdas.

Ou seja, a Diretoria de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos.

Contudo, também haverá uma estrutura voltada para apoio a pessoas com deficiência.

A pauta ganhou destaque no governo com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que é intérprete de Língua de Sinais Brasileira (Libras).

Na posse presidencial, ela quebrou o protocolo e discursou em Libras.

A secretaria de Alfabetização, segundo o MEC, cuidará da alfabetização não apenas em português e matemática, mas também em novas tecnologias.

Segundo o decreto, a secretaria se ocupará ainda da formação dos professores por meio da Diretoria de Desenvolvimento Curricular e Formação de Professores Alfabetizadores.

Estados e municípios

Para que essas medidas cheguem às salas de aula, será necessária a participação de estados e municípios.

As entidades que representam os secretários municipais e estaduais de Educação ainda não se reuniram com a atual gestão do MEC.

O3 (Consed), que representa os estados, tem reunião agendada para o final deste mês.

A presidente do Consed, Maria Cecília da Motta, secretária de Educação do Mato Grosso do Sul, disse que a entidade ainda não tem um posicionamento sobre as mudanças.

Uma vez que muitos secretários assumiram nesta semana.

Segundo ela, independentemente do modelo escolar, cívico, militar ou cívico-militar, a prioridade dos estados, que são responsáveis pela maior parte das matrículas do ensino médio, é a implementação do novo currículo.

No ano passado, o MEC aprovou a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para essa etapa de ensino.

Portanto, passando a definir o mínimo que deve ser ensinado em todas as escolas em todo o país.

O prazo para a implementação é o ano letivo de 2021, quando começa a valer o novo ensino médio.

“O nosso trabalho este ano todo é escrever o novo currículo, com a flexibilização. Ainda não sabemos o que vem de orientação, mas estamos organizando nosso movimento de formação em cima da BNCC”, disse Cecília.

Metodologia

O presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Alessio Costa Lima, disse esperar o detalhamento das escolas cívico-militares.

Em relação à alfabetização, Lima destaca que os métodos aplicados no país são variados e devem ser considerados nas ações.

“A diversidade que existe no nosso país, metodológica, de práticas pedagógicas, de cultura, precisa ser respeitada. Nesse sentido, a nova secretaria tem que ter a sensibilidade para compreender todas essas nuances. Assim, compreendendo os métodos aplicados”, afirmou, acrescentando que a melhor prática “é aquela que o aluno aprende”.

 

Alessio Costa destaca que os métodos aplicados no país são variados e devem ser considerados nas ações. Foto: Divulgação

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