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Foto: Nando Santos

Eleições 2018

29 DE JUNHO DE 2018

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Para Doria, quem pular do barco deve sair do PSDB

Em sua primeira passagem pela região como pré-candidato ao Governo do Estado, João Doria compareceu às redações de emissoras de TV e jornais. No Centro, ouviu uma barulhenta turma de oposição.

Por: Fernando De Maria

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Pré-candidato ao Governo do Estado, João Doria, esteve em Santos onde concedeu entrevista a emissoras de TV e jornais. Foto: Nando Santos

 

Como homem experiente no setor de mídia, em sua primeira passagem na Baixada Santista como pré-candidato ao governo do Estado, o ex-prefeito paulistano João Doria (PSDB) passou a sexta-feira (29) visitando redações de TV e jornais.

Conhece bem o poder da comunicação para atingir corações e mentes dos eleitores.

Líder em todas as pesquisas eleitorais no Estado, ele demostrou que quer abocanhar (muitos) votos no berço eleitoral daquele que ele considera o seu principal oponente na curta disputa eleitoral marcada para outubro.

Trata-se do atual governador Márcio França (PSB), ex-prefeito de São Vicente e então vice de Geraldo Alckmin, o mesmo que o inseriu na política.

Acompanhado de assessores, integrantes do PSDB e aliados do PRB, PP e PSD, representado pelo ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Gilberto Kassab, Doria sabe o que quer.

Tem raciocínio rápido e responde a todos as perguntas, sem pestanejar.

Objetivo, enfatiza em seu discurso o lado empresarial, onde fez carreira e que foi o mote que garantiu-lhe a vitória, ainda no primeiro turno, na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2016.

“Não sou político. Estou político”, gosta de afirmar.

No entanto, faltam-lhe, muitas vezes, dados e aprofundamento sobre temas, como no caso da Baixada Santista, algo que certamente será complementado pela sua assessoria ao longo da campanha eleitoral, a começar em agosto.

Afinal, se aqui é o reduto onde ele pretende superar seu eventual – e principal-  oponente, é importante conhecer detalhes sobre a região, algo que o atual governador França está bem mais habituado.

 

Bonecos do João 

Doria desceu de helicóptero no heliponto do Mendes Convention Center.

De lá, junto com simpatizantes e políticos, rumou para o Centro de Santos em uma van alugada.

Mas, a recepção na Praça Mauá foi, no mínimo, barulhenta.

Aliás, a renúncia ao cargo foi lembrada logo cedo enquanto  o candidato tucano tomava café com os correligionários no tradicional Café Carioca, no Centro de Santos.

 

Manifestantes colocaram bonecos com placas escritas João Enganador, além de carro de som na Praça Mauá, logo pela manhã. Foto: Divulgação

 

Com carro de som e bonecos segurando placas do João Enganador, manifestantes protestavam contra o ex-prefeito paulistano.

O curioso é que as críticas eram pelo fato dele não ter cumprido a promessa de permanecer os quatro anos à frente da prefeitura da Capital.

E não em Santos, onde ele estava.

Coisas da política e principalmente de campanha eleitoral oposicionista.

Nem a proximidade do Paço Municipal foi suficiente para uma visita de cortesia (ou vice-versa) na sala do prefeito Paulo Alexandre Barbosa, do seu partido.

“Não estava previsto na agenda”, informou uma assessora do candidato.

Mesmo assim, ninguém da Administração Municipal santista o acompanhou.

Nem o presidente da legenda em Santos, Flávio Jordão, braço direito do prefeito tucano.

Todos negam, porém, uma suposta preferência de Barbosa por Márcio França, atual governador.  Será?

Do PSDB local, o acompanharam o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão, seu genro e deputado estadual, Cássio Navarro.

E ainda: o presidente regional do partido, Raul Christiano,  o deputado federal João Paulo Papa, além do vereador Augusto Duarte, e o ex-prefeito de Cubatão, Nei Serra.

 

Mídia

Depois do café da manhã e do tradicional pastel do Carioca, foco nas redações de TV e jornal.

Gravou entrevistas na Santa Cecília TV, depois na VTV, onde a família Mansur (dos irmãos Gilberto e Beto) o aguardavam.

Entrou ao vivo no telejornal da emissora onde expôs os motivos que o levaram a sair candidato.

Falou de propostas e parcerias da iniciativa privada com o Poder Público e as contrapartidas obtidas para melhorar São Paulo.

“Conseguimos R$ 822 milhões em equipamentos doados pela iniciativa privada, sem contrapartidas”, enfatizou.

Equipamentos destinados às escolas, postos de saúde e Guarda Civil Metropolitana.

O Corujão da Saúde, implantado na Capital, também será ampliado para o Estado, caso eleito.

“Tínhamos 486 mil pessoas esperando atendimento. Zeramos a fila”, destacou.

Ao final, despediu-se da emissora não sem antes conversar com o deputado Mansur (MDB), da tropa de choque governista e amigo próximo do presidente Michel Temer.

“Vou ligar para ele hoje e falarei que estive com você”, sinalizou Doria a Mansur, que sorriu.

Seria algum sinal que o MDB paulista pode apoiá-lo? Que Paulo Skaf, candidato do partido, não saiba…

Como Doria odeia ficar com fome, a alternativa foi procurar um restaurante nas proximidades.

Escolheram o tradicional Beduíno, especializado em comida árabe,  para alegria do ministro Kassab.

Afinal, de origem libanesa, ele foi um dos primeiros a sentar-se à mesa para almoçar.

Isso porque, após a parada, ainda restavam mais duas entrevistas: ao jornal A Tribuna e à afiliada da Record para entrar ao vivo no programa Balanço Geral.

Não é fácil a vida de político…

 

Pingue-pongue com Doria

Em rápida, mas exclusiva entrevista ao Boqnews.com, o pré-candidato do PSDB ao Governo do Estado, João Doria, respondeu as seguintes questões.

 

Boqnews – Alguns membros do PSDB acabaram não o apoiando. Como o sr. vê esta situação?

João Doria – Quem pular do barco, sai do PSDB. Aquela postura pouca objetiva do PSDB acabou.

Quem não quiser apoiar, saia do partido e seja feliz.

Aliás, o presidente da legenda, Pedro Tobias, junto com a executiva do partido, já expulsou aqueles que não estarão conosco.

Não há ninguém nesta situação na região.

Afinal, acabou esta conversa de muro do PSDB.

Ou seja, o PSDB tem lado, que é o do seu candidato.

Quem não quiser, saia do partido.

E quem quiser apoiar, será bem-vindo.

 

Boqnews – Quais suas propostas para a Baixada Santista?

João Doria – Queremos melhorar a qualidade da segurança na Baixada Santista, ampliando o efetivo para os Batalhões Especiais da PM, implantação do Dronepol – a polícia dos drones – como fizemos na Capital, valorizando as polícias militar, civil e científica.

Além disso, ampliar a política de instalação de câmeras de seguranças nas cidades.

E ainda, melhorar as alças de acesso ao Porto de Santos, com início efetivo da construção de ponte ou túnel entre Santos e Guarujá.

Tenho 60 anos. Quando tinha 10 e frequentava o Guarujá, já ouvia a história da construção da ponte.

Enfim, vamos ser práticos, fazendo parcerias com a iniciativa privada para resolver esta questão.

 

Lixo

Boqnews – A Baixada Santista tem um sério problema em relação à destinação dos resíduos sólidos, em razão do aterro sanitário Sítio das Neves estar com o prazo se encerrando. De que forma o Governo do Estado pode ajudar?

João Doria – O lixo deve ser tratado de maneira empresarial e com boa gestão.

Lixo é fonte de riqueza.

Assim, países civilizados não gastam dinheiro com coleta de lixo.

Isso porque ganham dinheiro para ser mais eficientes de forma que o lixo gere energia. E riqueza.

 

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