Supermercados desperdiçam R$ 3,9 bi em alimentos por ano, diz Abras | Boqnews
Foto: TV Brasil/Divulgação Supermercados

Economia

15 DE AGOSTO DE 2018

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Supermercados desperdiçam R$ 3,9 bi em alimentos por ano, diz Abras

O levantamento, feito em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA/Provar), considerou números de 2.335 supermercados do país

Por: Fernanda Cruz
Da Redação

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Os supermercados brasileiros desperdiçaram, no ano passado, o equivalente a R$ 3,9 bilhões em frutas, legumes e verduras. Além de produtos das sessões de padaria, peixaria e açougue.

No entanto, na comparação com 2016, houve queda de R$ 54.2 milhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (15) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), na capital paulista.

Apenas em frutas, verduras e legumes, o desperdício atingiu R$ 1,8 bilhão no ano passado. Sendo aproximadamente R$ 600 mil a mais do que em 2014.

O superintendente da Abras, Márcio Milan, disse que sensibilizar o setor supermercadista para o desperdício é mais importante do que considerar as perdas financeiras. “Temos que discutir com todo o setor produtivo. Juntos somos capazes de resolver isso”, afirmou Milan.

Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), empresa estatal de abastecimento que recebe produtos de 1,5 mil municípios brasileiros e de 14 países e comercializa de 10 a 12 mil toneladas diariamente, as perdas diárias são estimadas em 1,3%.

Segundo a chefe do Centro da Qualidade, Pesquisa e Desenvolvimento da Ceagesp, Anita Gutierrez, para evitar o desperdício, é importante que o alimento tenha qualidade no momento da colheita. “O tratamento pós-colheita – passar cera – ajuda, mas não resolve. Para que se tenha um bom produto na gôndola, ele tem que ser produzido de maneira correta”, afirmou Anita.

Podridão

Anita identifica, entre os principais problemas que levam os alimentos à podridão, danos mecânicos na colheita. Ainda identifica outros problemas como na pós-colheita – no momento da embalagem e no manuseio. A perda de água e os machucados nos alimentos, além disso, levam à redução considerável de valor.

Outro ponto levantado pela especialista é a diferença de temperatura a que o produto é submetido no período que abrange da colheita à embalagem. Seguido pelo transporte até o destino final. Certos alimentos são transportados sob refrigeração e, quando chegam ao destino, levam choque de temperatura.

Assim, acelerando o metabolismo e levando à perda de qualidade.

O diretor da Associação Brasileira de Agronegócio, Luiz Cornacchioni, também destacou que metade das perdas do setor ocorre durante a logística – processo que envolve armazenagem, circulação e distribuição de produtos. A comercialização com menos intermediários da roça aos supermercados, permitindo melhores ganhos tanto para o produtor, e preços mais baixos para o consumidor, é uma das metas.

Agricultura familiar

Em junho deste ano, a Abras firmou protocolo de intenções para aumentar o relacionamento dos supermercados com a agricultura familiar. O consultor Vitor Correa, da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, informou que técnicos já estão sendo capacitados para esse acompanhamento. Segundo Correa, atualmente, 3,5 milhões de famílias trabalham no setor, sendo 600 mil em cooperativas.

Um dos objetivos é criar uma identificação nos produtos oriundos da agricultura familiar. Os alimentos ficarão em gôndolas específicas dentro dos supermercados. Assim, destacando o diferencial da agricultura familiar. Como, por exemplo, o respeito ao meio ambiente, à sustentabilidade e a preocupação social.

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