Encarregados de filtrarem o sangue, os rins são os responsáveis por manter o equilíbrio no organismo do ser humano. Um em cada dez brasileiros tem problemas renais, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia. As principais causas que levam à insuficiência renal são a diabetes e a pressão alta. Um hipertenso ou diabético deve fazer exames preventivos constantemente, pois essas duas doenças sobrecarregam o funcionamento dos rins.
Números
Cerca de 35% dos pacientes com problemas também são hipertensos. Outros 30% são diabéticos. A obesidade e a presença da doença renal na família são outras causas que afligem os médicos. Após os 40 anos, o ser humano perde, em média, 1% da funcionalidade dos rins anualmente.
Eliana Araújo, 49 anos, que faz hemodiálise há quase três, demorou para diagnosticar o problema renal. “Eu sentia dores do lado direito, mas achava que era fígado. A dor é terrível. Quando meu exame acusou alteração já estava em um grau crônico”.
A portadora de problema nos rins tem pressão alta, mas acredita que o principal motivo que acarretou o agravamento da doença foi o uso frequente de anti-inflamatórios sem a prescrição médica. “Eu que me medicava. Foram 12 anos tomando remédios diariamente sem saber que prejudicavam os rins. Quando estamos com saúde, não nos importamos com o corpo. Eu nem sabia para que servia o rim”.
Nefrologista
De acordo com a nefrologista Patrícia Martinez, do Hospital Guilherme Álvaro, os sintomas da doença renal são silenciosos. Exames de sangue e consultas periódicas são fundamentais no cuidado da saúde. “É importante ressaltar que muitas pessoas não se cuidam. Nas consultas, podemos medir a pressão, ver o exame de sangue e tratar algum problema o quanto antes”.
A médica também reforça que anti-inflamatórios são nocivos aos rins e que, muitas vezes, não vale a pena tomar esse tipo de remédio para pequenos sintomas, a não ser que tenha sido receitado por um profissional do ramo.
O tratamento da insuficiência renal pode ser feito de duas formas: hemodiálise, realizada em clínicas ou hospitais, em média de três vezes por semana, e a diálise peritoneal, realizada na casa do paciente, geralmente quando o mesmo está dormindo.
O transplante também é outra maneira de sanar os problemas nos rins. No Brasil, cerca de 24 mil pessoas esperam na fila para realizar a cirurgia. A doação pode partir de um indivíduo vivo ou de um doador falecido.
Fábio Luis Braz, de 50 anos, faz hemodiálise na Santa Casa de Santos e está na fila de espera por um transplante. “Espero pelo dia que eu possa fazer. Estou na fila e já fui chamado uma vez, mas, infelizmente, não deu certo”.
Braz afirma que sua vida não teve muitas mudanças após o início da hemodiálise, mas explica que as sessões geram incômodos físicos e psicológicos. “Às vezes, eu me sinto cansado, principalmente depois do tratamento. Outro problema que enfrento é vir para o hospital três vezes por semana e ficar durante quatro horas aqui”, ressalta.