Santos recebe apoio da Suécia para estudar trajeto de resíduos que chegam ao mar | Boqnews
Foto: Fernando De Maria

Meio ambiente

18 DE SETEMBRO DE 2018

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Santos recebe apoio da Suécia para estudar trajeto de resíduos que chegam ao mar

Técnicos e pesquisadores suecos estiveram em Santos para conhecer detalhes sobre o trabalho ambiental desenvolvido na Cidade. Em novembro, dois servidores municipais participam de workshop na Suécia.

Por: Fernando De Maria

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As cenas são comuns e tristes.

Diariamente, centenas de quilos de lixo são lançados nas vias públicas e mangues.

Assim, o destino é evidenciado: os detritos migram para o estuário e, por fim, para o mar.

Isso afeta toda a cadeia, além de prejudicar os setores turístico, náutico e, é claro, ambiental.

Assim, parceria firmada entre a Secretaria de Meio Ambiente de Santos e a Agência Ambiental da Suécia (SEPA) em 5 de junho passado visa promover um real e completo diagnóstico das origens reais do lixo que chega às praias.

 

A retirada de lixo dos mangues para evitar que chegue ao estuário é um desafio permanente. Trabalho do Ecofaxina tenta minimizar estes efeitos danosos ao meio ambiente. Foto: Divulgação/Ecofaxina

 

O convênio, o primeiro do gênero assinado com uma cidade brasileira, foi firmado na ocasião, por meio da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA, em inglês) com a cidade de Santos.

No Brasil, a entidade é representada pela Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.

Na tarde desta terça (18), especialistas da SEPA estiveram em Santos para conhecer os principais problemas no setor no Município.

Além da Cidade, eles participam de encontros em São Paulo e Brasília nesta quarta (19).

Lá, eles se reunirão com representantes do Ministério do Meio Ambiente.

“As ações ambientais praticadas no Município ganham um importante reforço com o apoio internacional”, destaca o secretário de Meio Ambiente, Marcos Libório.

Dessa forma, a parceria tem duração de um ano, podendo ser renovada pelo mesmo período.

 

Intercâmbio

Assim, em novembro, dois servidores municipais irão fazer cursos de capacitação na SEPA, na Suécia.

“Queremos identificar a origem dos resíduos lançados ao mar”, explica a coordenadora técnica da Abrelpe, a santista Gabriela Otero.

Os trabalhos, portanto, já iniciaram com o início do mapeamento da quantidade de itens lançados nos mangues e que se deslocam para o estuário.

 

Parceria com Ecofaxina

Em parceria com o Instituto Ecofaxina, a proposta é que até janeiro próximo parte do diagnóstico já esteja pronto para começar a identificação da origem e o tipo de lixo lançado no meio.

Serão oito etapas programadas, desde a coleta, composição de banco de dados e realização de amplo plano de comunicação com as comunidades atingidas.

O trabalho, segundo Gabriela, não se limitará às áreas periféricas de mangues, mas também à faixa de areia.

A proposta prevê também a logística reversa, que prevê acordos com as indústrias que produzem o material descartado.

É o caso dos fabricantes de garrafas pets, por exemplo.

Conforme ela, o trabalho inicial na Baixada Santista será feito apenas em Santos, mas ela espera que assim que os resultados comecem a surgir, as demais cidades da região também se interessem em firmar parcerias.

Assim, ao lado dos técnicos suecos, Gabriela falou sobre os planos para a Cidade na área ambiental, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente.

“Santos foi escolhida, pois tem um ambiente político e suporte ideais, além da proximidade com São Paulo e abrigar o maior porto da América Latina”, destacou.

 

Uma comitiva sueca esteve em Santos para conhecer o trabalho realizado. Em novembro, dois servidores da Secretaria de Meio Ambiente farão workshops na Suécia para conhecer o trabalho realizado por lá. Fotos: Fernando De Maria

 

Um vídeo institucional sobre a Cidade foi divulgado aos participantes durante apresentação no Salão Nobre da Prefeitura.

 

Suécia

Ao contrário do Brasil, onde lixões – apesar de proibidos – ainda persistem, a Suécia aboliu a palavra resíduo, algo ainda comum para os brasileiros.

Afinal, lá nem aterros sanitários existem mais, pois busca-se reaproveitar ao máximo os resíduos produzidos, que se tornam recursos financeiros.

Porém, se o país não enfrenta este problema, o mesmo não ocorre com a União Europeia em relação a diversos países vizinhos, onde a situação ainda persiste.

O banimento do plástico, por exemplo, nas embalagens encontra eco nas discussões da UE.

O grupo europeu pretende regulamentar o assunto.

 

Comitiva

Além de Gabriela, a comitiva que esteve na prefeitura de Santos foi formada por

Mats Kullberg (SEPA) –
Especialista Senior, Chefe da Comitiva

Elisabet Kock (SEPA)
Especialista Senior, Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos

Johan Hultén – Instituto de Pesquisa Ambiental da Suécia (IVL)
Pesquisador

Pedro Brancoli – Universidade de Boras, Suécia
Pesquisador

Kelly Broliani – Consultora Senior da comitiva

 

(Quer entender melhor? Confira entrevista concedida por Gabriela Otero à TV Unisantos em abril passado).

 

 

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