Três veganos e um lema: abaixo a matança e sofrimento dos animais | Boqnews

Vida Vegan

14 DE DEZEMBRO DE 2018

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Três veganos e um lema: abaixo a matança e sofrimento dos animais

Os três amigos relatam os motivos que os levaram a optar pelo fim do consumo de carne e as vantagens obtidas com esta decisão.

Por: Noelle Neves
Da Redação

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Edson, Amanda e Túlio optaram em tirar a carne e derivados das suas refeições e sentiram melhoras significativas na qualidade de vida. Foto: Noelle Neves/Divulgação Vida Vegan

 

Todo mundo precisa de alguém em quem se espelhar.

Claro que você pode achar vários veganos pela internet, babar em feed monocromáticos, mas a gente sabe que nem tudo que está na internet existe de verdade.

Por isso, o #VidaVegan apresenta um Trio Vegano da vida real.

Amanda, Edson e Túlio são membros do coletivo Onda Vegana, que visa educação ambiental e luta pelo direito dos animais.

Além disso, também batalham pelas minorias, feminismo, LGBTQ+ e tudo mais que possa tornar o mundo melhor e mais sustentável.

As diversas formas de ações que eles fazem incluem palestras, panfletagem e oficinas.

 

Amanda Corrochano, 31 anos, médica veterinária

Amanda nunca gostou muito de carne.

Sua falta de vontade e o amor extremo por animais foram os pontos iniciais para que ela parasse de consumir produtos vindos de exploração.

Seu despertar aconteceu durante uma visita em uma fazenda no primeiro ano de faculdade, quando assistiu os peões cortarem os rabos e orelhas dos porcos a sangue frio, procedimento “normal” para evitar o canibalismo (porcos começam a praticar canibalismo devido ao estresse). “Aquilo me chocou demais.

Fui para o ônibus e chorei muito.

A partir daquele momento, prometi que não ia mais participar da “industria” e que iria virar ativista para lutar contra a matança.

Depois eu só tive uma recaída com pizza de marguerita, mas no momento que eu comi, senti que estava colocando a boca em ‘teta de vaca’”, lembrou.

No começo, foi difícil.

Era um tempo em que não havia muita informação e precisa entrar em comunidade no Orkut, antiga rede social, para que ela pudesse saber o que comer.

Mas hoje, Amanda acredita que as informações são de fácil acesso.

“Eu sempre tive muita anemia, mas desde que virei vegana, meus exames estão incríveis. Dá até para emoldurar”, enfatizou.

A veterinária sempre se lembra da época que trabalhava em uma empresa que produzia ração.

Até que descobriu que os pintinhos eram moídos e os farelos eram colocados nos alimentos de cães e gatos.

 

Edson Zeppini, 41 anos, assessor jurídico

“Eu não parei de comer carne, em primeiro momento, pelos animais, foi por nojo”.

Assim Edson começou a narrar sua história.

Depois da morte do pai, com 5 anos, precisou morar durante alguns meses na casa de tios no interior de São Paulo.

Era um sítio e onde ele via com frequência porcos e galinhas mortos .

“Eu me lembro que o cheiro dos cadáveres era insuportável e eu corria para fugir disso. Então logo parei com as carnes brancas. Não sei nem te dizer que gosto tem frango e peixe de tanto tempo que não como”, contou.

Aos 15, parou com a carne vermelha, também por nojo, mas dessa vez do “nervinho do bife” e só passou a comer carnes defumadas.

Com 20 anos, eliminou todas as carnes e passou a adotar uma dieta ovolactovegetariana.

Suas recaídas aconteceram perto dos 30 anos, quando começou a namorar e teve medo de que a moça o “julgasse”.

Então comeu em partes certos momentos carnes defumadas.

Até um ano e meio atrás, Edson fazia muitas coisas no automático.

Comprava itens de couro, ia em lugares com animais presos, mas, depois que foi convidado a participar do Onda Vegana, resolveu fazer a transição.

Com o novo estilo de vida, a principal mudança em sua vida foi em relação à saúde. Agora tem menos crises de gastrite e refluxo.

 

Túlio Freitas, 28 anos, gerente de produtos

 

Túlio conheceu o veganismo através da música.

Bandas como Dead Fish e Rage Against The Machine (foto) foram responsáveis pelo seu despertar de consciência.

Afinal, passou alguns anos como ovolacto-vegetariano e como vegetariano estrito e depois que terminou a faculdade, decidiu que se tornaria vegano.

Apesar de muita gente acreditar que os vídeos de abate são essenciais para a mudança, ele nunca conseguiu assistir mais do que alguns minutos.

Além disso, as principais informações que o fizeram optar pelo veganismo vieram de amigos e da internet.

Túlio costuma associar a filosofia vegana com um certo ativismo social.

“Partindo de uma visão de que nada no mundo acontece isoladamente, a gente pode projetar a exploração em outros aspectos”, explica.

“Não dá para você ser vegano e, ao mesmo tempo, machista, racista e homofóbico, porque não faz sentido”, enfatiza.

“Claro que o veganismo é minha causa principal, mas eu não posso ignorar as outras. Nenhuma causa é mais importante que a outra”, explicou.

Portanto, para propagar o que acredita, Túlio realiza rodas de conversas com homens sobre o machismo e como não ter atitudes que diminuam as mulheres.

Assim, uma das principais coisas que o veganismo trouxe para sua vida foram os amigos.

“Quando você se tona algo que não é tão comum, você acaba se aproximando de outras pessoas. Seu ciclo de amizades acaba voltando para isso. Como a maioria dos veganos tem algo muito forte, por ser um causa importante, a gente acaba ficando muito próximo de outros veganos”, explica.

“A gente gosta de estar com gente que nos entende, que sente as mesmas dores e acabamos criando laços fortes”, destaca.

“Tenho poucos amigos de verdade e todos são veganos”, concluiu.

 

Publicado originalmente no site Vida Vegan

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