Quando lemos ou ouvimos na web ou na mídia, imprecações contra as medidas sociais (bolsa família, cotas, entre outras) em benefício dos menos favorecidos, temos que ponderar a luz da história que construiu nosso presente. E a partir desse momento (re)escrever nosso futuro.
Nesse contexto, a Abolição da Escravatura no Brasil criou uma dívida que nos é cobrada até hoje.
Antes, a Escravidão, ao longo da história geral, era pratica comum. Na medida da evolução das sociedades, especialmente da Revolução Industrial para cá, tornou-se intolerável. Sem salário não há mercado consumidor. Sem consumidores não há vendas. Sem vendas não há retorno do capital investido. Nem capitalismo.
A Abolição, feita sem projeto, gerou mais fome, miséria, subemprego, marginalidade, analfabetismo e incapacitados para trabalhar na indústria e no comércio, postos estes e outros ocupados pelos imigrantes alfabetizados. Nem todos os alforriados tiveram resiliência, capacidade de dar a volta por cima. Diante do quadro da luta pela sobrevivência alguns sucumbiram aos anseios de uma fatia da elite desejosa por drogas. Somado ao Estado omisso e corrupto ao longo da República, temos o resultado.
Precisamos renegociar nossa divida social buscando um pacto em que a elite brasileira invista pesado na geração de empregos e renda. E o Estado Brasileiro assuma seu papel, a exemplo dos povos asiáticos, na educação e formação técnica de jovens e adultos. Em duas ou três gerações nossa sociedade irá gozar da paz oriunda da Ordem e Progresso.
José Roberto da Silva Vanconcelos – [email protected]