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25 DE MAIO DE 2016

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Medicina alternativa e alimentação saudável: aliados da tireoide

Artigo enviado pelo médico Roberto Debski

Por: Da Redação

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A tireoide é uma glândula de pequeno tamanho, que tem a forma de uma borboleta e se encontra na base do pescoço. Sua função é vital para a saúde do corpo. Ela é responsável pela regulação do metabolismo e sua velocidade, a forma como o corpo usa e armazena a energia, a termogênese ou geração de calor corporal, e a secreção de importantes hormônios, T3 e T4 que agem em todos nossos órgãos. Em muitos casos há benefícios em um tratamento com a Medicina Complementar ou Integrativa, e com a utilização de alimentação saudável.

Atualmente se utilizam os termos Medicina Complementar ou Medicina Integrativa ao invés de alternativa como era usual há alguns anos, por importantes razões. Quando se menciona a palavra “alternativa” logo se pensa em exclusão, ou você utiliza um tipo de tratamento, ou utiliza outro, e ambos não possuem interfaces nem interagem entre si. Já uma abordagem complementar e integrativa pode e deve ser utilizada em conjunto com a medicina convencional, potencializando os resultados para a saúde.

Há um programa oficial no Sistema Único de Saúde que contempla as Práticas Integrativas e Complementares, o PNPIC, o Programa Nacional de Práticas Integrativas e Complementares que integra a acupuntura, homeopatia, fitoterapia ao universo dos tratamentos médicos do SUS. Nas clínicas particulares também a utilização da Medicina Integrativa e a procura por parte dos pacientes aumenta ano a ano.

No caso das doenças da tireoide, dependendo da patologia teremos a utilização isoladamente ou em conjunto das práticas integrativas, homeopatia, acupuntura, fitoterapia.

No hipotireoidismo, deficiência do funcionamento da tireoide que leva á diminuição da produção de seus hormônios, se fará necessária a reposição do hormônio da tireoide.

Juntamente a esta reposição, a medicina integrativa pode melhorar o balanço hormonal, imunológico e contribuir com uma recuperação mais efetiva deste paciente.

Há alguns anos estudos mostram que a maioria das doenças crônicas, inclusive algumas doenças da tireoide tem um componente autoimune. Nosso sistema imunológico deixa de reconhecer os próprios constituintes de nosso organismo, células e tecidos, e os ataca. Ocorre a formação de auto-anticorpos, que são anticorpos produzidos pelo sistema imune e que atacarão as próprias células da tireoide reduzindo sua função e causando ao hipotireoidismo.

Devemos cuidar de nosso estilo de vida, mantendo uma alimentação saudável, atividade física regular, gerenciando nosso estresse, seja através de terapia psicológica, técnicas meditativas ou outras, cuidar de nossas emoções, manter bons relacionamentos, gerenciar o estresse. Todas estas medidas têm como consequência a melhora do metabolismo, da vitalidade, da imunidade e melhores indicadores de saúde e qualidade de vida.

Quanto a alimentação, o mineral iodo se encontra presente em todo o organismo, mas principalmente na glândula tireoide, e é um nutriente essencial para a formação dos hormônios da tireoide, chamados T3 e T4, que regulam nosso metabolismo. Sua deficiência provoca o aumento da glândula tireoide, o chamado bócio ou papeira, que na atualidade não é mais tão encontrado devido à sua suplementação no sal. Já a deficiência subclínica do iodo ainda tem alta prevalência em diversas regiões do planeta.

Muito se comenta atualmente sobre o glúten, que é uma proteína que é encontrada no trigo, cevada e centeio e suas relações com as doenças da tireoide. Há pessoas que apresentam intolerância ao glúten, enquanto outras apresentam sensibilidade, pois o glúten é uma proteína de difícil digestão. Não há ainda comprovação científica que esta proteína faça mal a todas as pessoas.

Quando há intolerância permanente ao glúten, ocorre por seu consumo a doença celíaca. Nas pessoas intolerantes ou sensíveis ao glúten, as proteínas gliadina (trigo), a secalina (centeio) e a hordeína (cevada), produzem efeitos tóxicos, lesam a mucosa intestinal, causando inflamação, a mucosa tem diminuída a capacidade de absorver nutrientes e aumenta a permeabilidade intestinal, ou seja, diminui a seletividade do que é absorvido para a circulação, e “vazam” para a circulação proteínas e substâncias que causam reações autoimunes nas quais produzidos auto-anticorpos que podem afetar a tireoide.

O papel da atividade física é importante para a manutenção da saúde e da tireoide.

Os exercícios intensos e extenuantes devem ser evitados pois desgastam o organismo, aumentam o estresse oxidativo, que é a produção de radicais livres e podem piorar as doenças autoimunes. Recomenda-se caminhadas recreativas e atividades físicas que harmonizem o corpo e trabalhem a respiração correta, como o Tai Chi Chuan, a Ioga e o Qi Gong.

Como no hipotireoidismo os níveis de hormônios da tireoide estão reduzidos, consequentemente a vitalidade, a energia, a força e a libido podem apresentar graus diversos de redução, prejudicando a produtividade, e até os relacionamentos afetivos.

Para corrigir estes desequilíbrios, deve-se fazer uma avaliação médica, exames complementares e a correção dos níveis de hormônios tireoideanos através de sua reposição, o que normalmente melhora a vitalidade e recupera o metabolismo e a saúde, resgatando a energia e motivação.

Quanto à alimentação, o adequado funcionamento da tireoide depende do aporte suficiente de algumas substancias como vitaminas e o ômega-3 e os s minerais iodo, selênio, zinco.

Os alimentos ricos nestes nutrientes e que devem ser priorizados são a castanha do Brasil, ovo e cereais integrais são ricos em selênio. Algas marinhas, peixes e frutos do mar, são ricos em iodo. Sementes de abóbora, amêndoas, feijão, ostras são ricas em zinco. Óleo de linhaça, peixes de água fria como salmão e sardinha, abacate são ricos em ômega-3.

O glúten, encontrado em cereais como trigo, centeio, aveia, cevada e malte, pode causar em pessoas intolerantes ou sensíveis uma doença autoimune, a doença celíaca. Alguns estudos mostram que também pode se associar a tireoidite de Hashimoto.

Um estudo publicado no Journal of Pediatrics mostrou que crianças celíacas que tinham alterações na produção dos hormônios e anticorpos tireoidianos conseguiram normalizar seus níveis com dieta sem glúten.

Os carboidratos refinados quando ingeridos em excesso aumentam a demanda dos níveis necessários de hormônios tireoideanos, aumentando o trabalho da glândula. A necessidade de iodo também pode aumentar e se a alimentação já for carente em iodo, isto prejudicará ainda mais a regulação da produção. Deve-se priorizar a ingestão dos carboidratos complexos, integrais, que serão bons para a saúde como um todo.

A cafeína, presente no café, chá preto, verde e mate pode atrapalhar a absorção dos medicamentos para o tratamento de doenças da tireoide, além de competir na absorção de alguns nutrientes como o zinco, e o ferro. Devemos ingerir café moderadamente e longe dos horários da medicação. A soja possui alguns compostos anti-nutricionais, os fitatos que atrapalham a absorção de cálcio, zinco e ferro e sendo assim devem ser consumidas com moderação.

Cuide de sua saúde física e emocional, mantenha um estilo de vida ativo e saudável, alimente-se equilibradamente, visite seu médico regularmente e mantenha sua tireoide em equilíbrio.

*Roberto Debski é Médico Especialista em Homeopatia e Acupuntura pela AMB, Psicólogo e Diretor da Clínica Ser Integral.

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