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Campo Neutro

05 DE SETEMBRO DE 2014

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O racial e o racional

Os racistas, como os fanáticos em geral, não passam de imensos frustrados ou crias de outros preconceituosos. Normalmente, são pessoas improdutivas, intransigentes, conservadoras no que há de pior.

Por: Adilson Luiz Gonçalves*
Da Redação

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Pelé, Didi, Leônidas da Silva, Jairzinho, Ademar Ferreira da Silva, Robson Caetano, Joaquim Cruz, João “do Pulo”, Karl Lewis, Jesse Owens, Cassius Clay, Arthur Ashe, Irwing “Magic” Johnson, Michael Jordan, Kareen Abdul Jabar, Gilberto Gil, Djavan, Milton Nascimento, Dolores Duran, Luiz Gonzaga, Jamelão, Jackson do Pandeiro, Pixinguinha, John Estes, Barak Obama…

Relacionei em poucos minutos vários artistas, esportistas, intelectuais e políticos negros ou mestiços. Com certeza, omiti um monte de outros expoentes. Quem não conhecer algum, pode obter informações sobre eles numa rápida pesquisa. Aliás, poderá fazer o mesmo com qualquer outro indivíduo, indiscriminadamente.

No entanto, ao longo do tempo alguns “iluminados” de mentes obscuras afirmaram, com base em argumentos “históricos”, “científicos” e até “religiosos”, que a cor da pele torna uns inferiores a outros. Pior: deixaram discípulos. Meu Deus! A imbecilidade e o preconceito também têm seus PhDs e sacerdotes. Os racistas, como os fanáticos em geral, não passam de imensos frustrados ou crias de outros preconceituosos. Normalmente, são pessoas improdutivas, intransigentes, conservadoras no que há de pior. Nada fazem pelo bem da sociedade, mas vivem a buscar defeitos nos outros, como se fossem o paradigma da perfeição, senhores da verdade, juízes por “unção divina”.

O preconceito para eles é, em verdade, um escudo para encobrir suas deficiências profissionais, espirituais e de caráter. Em vez de assumi-las e tentar superá-las, preferem transferir a culpa para terceiros. E se todos tivessem a mesma cor de pele, eles culpariam os altos, os baixos, os gordos, os magros, os bonitos, os feios, os santistas, os corintianos, os de religião “A” ou “B”, os brasileiros, os imigrantes, os migrantes… Infelizmente, há um imenso, lucrativo e malicioso “mercado” que vive de cultivar diferenças e semear ódio de múltiplas formas: política, ideológica, social, religiosa…

Assim, racismo tem muitas manifestações, mas uma mesma base dogmática: a ignorância. Uma mesma fórmula de disseminação: a doutrinação desde a infância! Um mesmo produto: a violência física ou psicológica. E um mesmo fim: o pó, que não diferencia raça ou credo. Assim, o racismo é um tipo de cegueira, embora o cego não tenha como distinguir cor. A grande verdade é que não existem raças, religiões, ideologias, linhagens ou procedências melhores ou piores: só existem pessoas boas ou ruins! (…)

Quem julga baseado em preconceitos não analisa racionalmente! Daí, o racista e, por extensão, todo indivíduo preconceituoso é, a priori, um ser irracional! Nesse aspecto, ele não pode ser considerado nem humano nem símio. Talvez seja o tal “elo perdido”, que não consegue – ou não quer – se achar. Pois é… Preconceitos geram preconceitos e a gente acaba tendo preconceito de preconceituosos.

 

*Adilson Luiz Gonçalves
escritor, Engenheiro, Professor Universitário e Membro da Academia Santista de Letras

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