Salvo quando se desencadeia greve, pouco se fala dos atores que viabilizam (seja na lavoura, mina, chão de fábrica, em tantos lugares) o enriquecimento de poucos e o fortalecimento do Estado.
Já que usamos o termo ator vamos fazer um paralelo entre o capitalismo e a produção teatral.
O produtor tem o capital, seja próprio ou de terceiros que patrocinam o projeto. Ele viabiliza o espaço (teatro) e os meios (corpo técnico, maquinaria e efeitos especiais) para que os atores (contratados) façam seu ofício sob a direção (gerente) que trabalha de acordo com o texto (planejamento), escolhido pelo patrão de todos, de um dado autor com ou sem adaptações, o qual é enxugado e orientado pelo roteirista.
Todo ator (operário), antes de aceitar o papel proposto, tem que ler uma sinopse (resumo) da obra e saber do diretor qual a linha adotada. Com quais colegas atuará. Condições de trabalho e pagamento. Ver se há sintonia, pois o seu nome profissional está em xeque. Sem contar o tempo de duração do projeto.
Assim como o ator, o todo profissional, tem que se dar o valor devido. Atualizar-se constantemente. Estudar. Usar o tempo sabático e o lazer com sabedoria. Ter qualidade de vida. Mas nunca perder de vista o network. Ser lembrado e desejado pelo seu currículo / atuação. Cercar-se de mestres e pessoas que façam diferença.
No ontem evoluímos até nos tornarmos hábeis em nossos ofícios. Hoje podemos ser facilmente ultrapassados, profissionalmente, pelos nossos pupilos. Ou seja, somos eternamente aprendizes. E de acordo com nossa prosperidade e (re)ação contribuir para uma sociedade melhor, cientes de nossa responsabilidade social.
Aliás, será que greve é realmente o último recurso?