“Nunca precisei do Estado para nada. Sempre paguei meus impostos. Aliás, pagamos impostos em tudo e hoje que preciso eles me negam ajuda”, fala, indignada, a corretora de imóveis Silene Corrêa de Santana. Com eplepsia desde os 7 anos, Silene obteve melhora apenas com o uso dos medicamentos Depakote ER 500 e Vimpat 100. Ambos os remédios são de valores elevados e o custo mensal gira em torno de R$1.200.
“Sempre comprei meus próprios medicamentos. Já tomei de tudo. Cheguei a pagar cerca de R$ 600 em cada vidro de um remédio. Mas devido a crise tive que buscar auxílio no AME, pelo DRS (Departamento Regional de Saúde), para continuar meu tratamento, e me foi negado. Ingressei com ação judicial, tendo que arcar com os honorários do advogado sem poder e, então, me forneceram os dois medicamentos. No primeiro mês, em setembro, consegui que me fornecessem, no segundo falharam no Depakote ER e sem previsão de fornecimento, já ontem (terça-feira, dia 22) para retirar os de novembro, fracasso total, não consegui qualquer medicamento e não há previsão. Caso interrompa um comprimido, posso morrer”, ressalta Silene que já teve que arcar com um dos medicamentos no mês passado e não sabe ainda como fará neste mês.
Em nota, a Farmácia de Alto Custo do Departamento Regional de Saúde (DRS) de Santos esclarece que os medicamentos em questão não fazem parte da Relação Nacional de Medicamentos (Rename) definida pelo Governo Federal para distribuição na rede pública e embora o DRS inicie o processo de compra tão logo é notificado pela Justiça, alguns fatores podem prejudicar a entrega dos produtos.
Ainda segundo a nota, todos os medicamentos estão com os processos de compra em fase final e os fornecedores serão cobrados para que entreguem os produtos o mais breve possível. O de Silene, porém, continua sem data de entrega.