O último final de semana foi bastante movimentado para as equipes do Instituto Gremar que estiveram em ação pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).
Nada menos do que nove tartarugas-marinhas encalharam entre sexta (16) e sábado (17), sendo oito em praias do Guarujá (Perequê, Sorocutuba e Ferry Boat) e uma em Bertioga (Canto do Indaiá).
Três delas foram encontradas vivas – todas da espécie Chelonia mydas (tartarugas-verdes) -, resistiram e encontram-se em tratamento na Base de Reabilitação da instituição, também no Guarujá.
Duas são vítimas de interação com petrecho de pesca e uma terceira apresenta suspeita de obstrução gastrointestinal por conta de ingestão de lixo.
As necropsias já realizadas indicam que causas semelhantes provocaram o encalhe da maior parte dos seis animais resgatados já sem vida.
Exceções feitas a uma tartaruga-verde vitimada por um processo infeccioso crônico.
E ainda um animal juvenil encontrado já em avançado estado de decomposição, o que não permitiu a identificação da sua espécie ou da causa mortis.
Redes, linhas e armações de pesca (os chamados “petrechos”), quando abandonados, perdidos ou descartados no mar são ameaças à vida marinha.
O Gremar tem sido acionado com frequência para ocorrências envolvendo tartarugas que apresentam mutilações em nadadeiras e até lesões no pescoço.
O problema é provocado pelo contato com estes objetos.
Comparativo
Em 2017, o Gremar resgatou 724 tartarugas-marinhas na extensão das praias de Bertioga a Peruíbe.
Foram 206 com vida e 518 mortas, perfazendo uma média de quase dois animais por dia.
Os dados estão disponíveis ao público pelo Sistema de Informação de Monitoramento da Biota Aquática (Simba), que registra e documenta as ações do PMP-BS (www.simba.petrobras.com.br).
Instituto Gremar
Desde 2004, a ONG24 trabalha por meio de equipes multidisciplinares no monitoramento ambiental e reabilitação de animais vitimizados, cursos de capacitação profissional.
E ainda: atividades de educação ambiental em espaços formais e não formais e atendimento a emergências ambientais com fauna.
Até o momento já atendeu cerca de 3 mil ocorrências na Baixada Santista, realizando qualificação e quantificação destes.
Em 2007 instalou o Centro de Reabilitação de Animais Marinhos – CRAM REVIVA na Ilha dos Arvoredos (Guarujá-SP).
Este foi o primeiro local especializado para tratamento de animais marinhos do Estado de São Paulo, onde permaneceu até 2013.
Em 2013, inaugurou o Centro de Recepção e Triagem de Animais Marinhos – localizado na Base de Monitoramento Ambiental, no Canal de Bertioga.
Lá dispõe de um hospital veterinário para animais marinhos e de toda a estrutura necessária para a reabilitação e soltura destes.
Dentre seus principais projetos destacam-se o monitoramento do encalhe de carcaças de animais marinhos.
E atuação preventiva na mobilização de atividades diversas e na conscientização das comunidades quanto aos problemas que afetam a saúde ambiental aquática.
Também oferece cursos para profissionais da área de ciências biológicas, medicina veterinária, oceanografia e gestão ambiental.
O intuito é aperfeiçoar conhecimentos específicos sobre conservação dos ambientes marinhos e costeiros.