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Opiniões

22 DE AGOSTO DE 2018

Olhar por nossas crianças

Por: Humberto Challoub

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Relatório elaborado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgado esta semana revelou uma realidade estarrecedora: seis em cada dez crianças no País estão expostas a vulnerabilidades, o que corresponde a cerca de 33 milhões de crianças e adolescentes com até 17 anos relegados à pobreza e excluídas de direitos fundamentais.

O estudo mostrou que, apesar da redução da pobreza monetária verificada na última década, as privações de um ou mais direitos não diminuíram na mesma proporção: 18 milhões de crianças e adolescentes sobrevivem em famílias com renda insuficiente para a compra sequer de uma cesta básica (menos de R$ 346 mensais nas áreas urbanas e R$ 269 nas rurais).

Elaborado com base em dados extraídos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015, o relatório da Unicef observa que quando consideradas somente as privações de direitos (educação, informação, trabalho infantil, moradia, água e saneamento), 26,7 milhões (49,7% do total) têm um ou mais direitos negados. A maior privação está no acesso a sistemas de esgoto: um quinto das crianças vive em casas com fossas rudimentares ou ao lado de valões, sendo que o quadro geral mais grave está no Norte e Nordeste do País, onde 44,6% e 39,4%, respectivamente, das crianças têm ao menos uma privação no que diz respeito ao saneamento.

No quesito educação, a situação não é diferente: um quinto dos brasileiros com até 17 anos apresentam atraso escolar ou analfabetismo após os 7 anos ou não estão na escola. A esse quadro de penúria ainda se acrescentam privações “intermediárias”, como violência, preconceito de cor e trabalho infantil.

Nesse sentido, mais do que nunca, havemos de exigir dos futuros governantes, que serão eleitos em outubro próximo, atenção prioritária aos projetos voltados ao atendimento das crianças e jovens brasileiros, com a introdução de mais políticas públicas para lidar com a pobreza na infância considerando a assistência à família e a partir de investimentos em infraestrutura voltados a melhorias habitacionais e sanitárias.

Olhar pela nossas crianças e garanti-las um futuro melhor é mais que obrigação, mas um legítimo direito a ser preservado. Portanto, exigir a fiel execução dos projetos prometidos, cobrar transparência no uso dos recursos públicos e, sobretudo, fiscalizar os atos e ações dos mandatários eleitos representará, juntamente com o exercício do voto, a única fórmula realmente capaz de reverter essa dura realidade, que nos envergonha e cada vez mais nos torna distantes da prosperidade e justiça social que tanto almejamos para todos os brasileiros, sem distinção.

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