Caro leitor, você sabe o significado da frase “Custo Brasil”?
Pois bem, esse assunto bem que poderia ser tratado com densidade pelos nossos candidatos aos governos federais e principalmente à Presidência.
Só que não.
Subestimando o recado dado nas urnas no primeiro turno clamando seriedade com os principais problemas e anseios sociais do país, os políticos preferem lançar pedras uns contra os outros nessa reta final de campanha.
Seria interessante discutir qual o motivo do governo Lula, em seu segundo mandato, não ter apostado na expansão da indústria, em vez do consumo desenfreado – que previa-se não ser um crescimento sustentável, e culminou nessa crise econômica sem fundo, com o endividamento das famílias e do governo.
Entrave
O chamado custo Brasil é um termo genérico, usado para descrever o conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que encarecem o investimento no Brasil, dificultando o desenvolvimento nacional, aumentando o desemprego, o trabalho informal, a sonegação de impostos e a evasão de divisas.
Esses fatores comprometem a competitividade e a eficiência da indústria nacional, que frente a outros países tornam os produtos nacionais menos competitivos.
Dentre os exemplos do Custo Brasil estão a corrupção administrativa pública, burocracia excessiva para criação e manutenção de uma empresa, altos custos trabalhistas, baixa qualidade educacional e falta de mão de obra qualificada.
Aliado a tudo isso, há ainda a infraestrutura precária (saturação de portos, aeroportos, estradas e ferrovias) do escoamento da produção, onde grande parte do nosso lucro se perde aí.
Um produtor dizia que se tivesse uma máquina que pudesse captar toda a soja desperdiçada nas estradas, ele seria o maior produtor de soja do mundo.
Desafios
Portanto, o modal rodoviário brasileiro é praticamente exclusivo nosso.
Na Argentina ou Estados Unidos, o transporte ferroviário é o principal modal.
Nosso custo da fazenda até o porto chega a ser quatro vezes maior que nos Estados Unidos.
Ou seja, isso é um fator que tira a competitividade do Brasil.
A carga tributária brasileira é surreal e é outro entrave para se produzir no Brasil.
Isso pode ser verificado na indústria têxtil, que compra tecido importado já com imposto final a R$ 6 a R$ 8 o metro, enquanto que da mesma linha nacional chega a R$ 20 de tributos.
Cabe aos próximos governantes lidar com esse desafio, dando mais atenção às políticas que reduzam a burocracia e a consequente morosidade decorrente dela.
Só assim as empresas brasileiras terão condições de expandir sua atuação e ampliar sua competitividade, gerando empregos e o real crescimento sustentável do País.