Nesta edição (20ª). O festejo que reverencia a Rainha do Mar teve um caráter mais amplo, com exposição de uma estátua que em breve ocupará espaço de destaque na Ponta da Praia. Além das tradicionais procissões terrestre e marítima.
“Trata-se de uma festa das mais tradicionais, já no calendário da Cidade, que coloca Santos em um patamar diferenciado no segmento do turismo religioso” comentou o secretário de Cultura, Rafael Leal; ressaltando a presença de turistas estrangeiros.
Momentos antes, no palco. Ele lembrou a importância do respeito e da tolerância também no âmbito religioso, destacando parte da letra do samba-enredo deste ano da escola fluminense Acadêmicos do Grande Rio. ”Pelo amor de Deus, pelo amor que há na fé; eu respeito o seu amém, você respeita a minha fé”.
Programação
A programação da 20ª Procissão de Iemanjá de Santos começou com a apresentação do grupo Olodum de Capoeira, do Centro Cultural Escola de Bambas, tendo à frente o mestre Jimmy e o contramestre Pimenta.
Na sequência, o grupo de dança Tienda Kumpania Romai, sob coordenação da professora Mary Dandara, e o grupo Afoxé Oba Alàáfin, com o mestre Ogan Felipe, que acompanhou os cantores Hugo do Ilê e Didi Gomes. Ela, inclusive, quebrou o protocolo ao dedicar a primeira das três músicas ao amigo Wilsinho Sambista, falecido recentemente.
Personagens
Caracterizado de Exu, o orixá da comunicação, o babalorixá Jorge de Oxóssi veio de Vila Velha (Espírito Santos) na quinta-feira para as homenagens a Iemanjá. Essa é a sua quinta participação na festa e ele próprio produziu a caracterização.
“Exu rege a cabeça. Isso significa também que em tudo é preciso conversar”. explicou. Além disso, acrescentou que a procissão aboliu pente, vidros de perfume e outras peças que antes faziam parte das oferendas.
“Não queremos causar um desequilíbrio ecológico e tudo que for ofertado a ela se dissolve tá rapidamente na água. Sem prejudicar a fauna”.
Paciente, Jorge de Oxóssi atendeu a todos os pedidos de fotos e selfies.
Didi Gomes reverenciou Iemanjá não apenas com canções, mas também com a característica roupa e turbante brancos. Esta é a segunda vez que ela participa da homenagem.
A primeira foi há dois anos, marcada pela emoção e fé.
Com flores brancas nas mãos, Maria da Conceição Floriano (78) saiu de Cubatão para reverenciar Iemanjá. “Não perco por nada”, afirmou, sem se intimidar com a chuva.
Realização
Promovida pela Prefeitura. A homenagem a Iemanjá contou com a coordenação geral da Casa de Culto Afro-brasileiro Ilê Axé Sobo Obá Arirá, e a procissão, do babalorixá Marcelo de Logunédé.