Um ano da Covid-19 no Brasil, o que mudou? | Boqnews
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Pandemia

26 DE FEVEREIRO DE 2021

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Um ano da Covid-19 no Brasil, o que mudou?

A pandemia trouxe diversas mudanças no cotidiano da população, nas relações familiares, trabalho e economia

Por: Da Redação

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Era uma quarta-feira de cinzas, os brasileiros ainda se recuperavam da folia de Carnaval, e nem sabiam que esta seria uma das últimas festas em condições normais.

No dia 26 de fevereiro, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso do novo coronavírus no Brasil: um homem de 61 anos apresentou os sintomas da doença, dias após voltar da Itália que vivia uma explosão de casos.

A Covid-19 se espalhou rapidamente em todas as regiões do País e já nas primeiras semanas de março, os governos estaduais estabeleceram medidas duras para conter o avanço do vírus em um momento que não havia tanto conhecimento da doença, justamente por ser algo novo.

A partir daí, começou a quarentena e lockdowns, na qual foi respeitada pela maioria da sociedade no início. Após alguns meses, houve a flexibilização das atividades, porém o sentimento de falta de liberdade ainda continua.

Infelizmente, milhares de pessoas perderam a vida na maior tragédia do século XXI (no Brasil, mais de 250 mil), mas o início da vacinação contra a Covid-19 trouxe esperança para todos.

Nestes 12 meses de pandemia no Brasil, houve transformação em diversas áreas, seja na relação com a família, trabalho, economia, política, saúde, esportes e cultura.

Relação das pessoas

Uma das mudanças mais drásticas causadas pela pandemia da Covid-19 foi a relação das pessoas. Isso porque uma das medidas de segurança contra a doença foi evitar o contato com indivíduos que não estão no mesmo domicílio, em razão do grau de contágio do vírus. De acordo com a psicóloga Mariângela Fortes, o isolamento social aflorou o melhor e o pior de cada indivíduo.

“Como as pessoas tiveram que viver o isolamento, foram obrigadas a estar com elas mesmas e nem sempre isso é fácil. De um lado perceberam a real importância da família, amigos, bons hábitos (ler, conversar, cuidar da alimentação, se exercitar ) , de outro lado muitos se isolaram e mergulharam em redes sociais, se nutriram e nutrem do pior das redes sociais, das fake news, das polarizações, a ponto de ocorrerem rompimentos de amizades e até familiares”, destacou.

Ela ainda ressaltou que a privação de contato externo nos obrigou a estar consigo mesmo e muitos se perderam. Exemplo disso é o elevado número de pessoas que optaram pelo risco de se contaminar saindo para festas, em vez de ficar em casa.
Por fim, ela citou o aumento na procura por terapias, assim como casos de depressão e ansiedade que se agravaram com o atual momento.

Trabalho

Home office foi a grande novidade neste período/ Foto: Marcelo Camargo

Durante a pandemia, algumas palavras ganharam destaque no dicionário do trabalho como “home office”, “empreendedorismo”, “necessidade” e “desemprego”. Infelizmente, muitas pessoas perderam o emprego neste período e vários comércios precisaram encerrar suas respectivas atividades. Segundo dados do IBGE, o desemprego atingiu 14,2% dos brasileiros no mês de dezembro.

Sem grandes oportunidades no mercado de trabalho, uma parcela da população optou pelo trabalho informal, como entrega por delivery e os carros por aplicativo. Existem também aqueles que arriscaram e empreenderam de forma criativa, onde pessoas lançaram cursos, presentes criativos e produção de conteúdo.

A grande novidade que a pandemia proporcionou no setor foi o home office que atualmente perdeu força, já que muitas áreas voltaram à rotina. Um exemplo é a educação. Professores já retornaram a trabalhar presencialmente, mas ainda tem aqueles que estão em casa, por serem do grupo de risco.

Apesar disso, o home office virou uma tendência, principalmente em algumas empresas que não tem a necessidade do trabalho presencial. Um dos pontos positivos desta ferramenta foi criar laços e ajudar quem precisa. Diversos médicos adotaram a telemedicina para conseguir atender um número maior de pacientes.

Economia

Para diversas famílias, as contas não fecharam/ Foto: Divulgação

Outro setor afetado pelo coronavírus foi a economia. Esta área continuará sofrendo impactos mesmo com a vacinação em massa, haja visto os prejuízos impulsionados pela pandemia. Para o economista Dênis Castro, o Brasil tem fatores positivos que podem ser convertidos em oportunidades de crescimento. Tudo vai depender de como o governo vai enfrentar a crise.

Até o momento houve um desempenho aquém do desejável.

Questionado sobre o aumento dos produtos alimentícios, Castro enfatizou que o impacto nos preços dos produtos da cesta básica em função da pandemia se deu por conta do aumento da demanda global por alimentos, desvalorização do real frente ao dólar, que tornou os produtos brasileiros bem mais baratos para o mercado internacional, e em função do auxílio emergencial mal dimensionado, que aumentou o poder de compra da população brasileira no geral.

Além disso, o economista abordou que a sociedade brasileira não tem o perfil de poupar ou planejar a destinação da renda familiar. “Mais de dois terços da população brasileira está endividada. A perda de renda ocasionada pelo desemprego só vai aumentar a pobreza”, salienta.

Política

Postura de Jair Bolsonaro em relação a Covid-19 gerou polêmica/ Foto: Divulgação

Como qualquer assunto no Brasil atual, a pandemia foi polarizada. Neste ciclo surgiu um grande embate entre o governador de São Paulo, João Doria e o presidente Jair Bolsonaro, a parceria do ‘BolsoDória’ nas eleições de 2018, que já tinha acabado, chegou ao limite com acusações entre ambos.

Um dos temas mais polêmicos foi o uso da cloroquina e a aprovação da Coronavac. Qualquer pauta relacionada ao coronavirus, além da discussão sanitária virou um embate político seja nas redes sociais, ou em posicionamentos por parte dos políticos.

Segundo o cientista político Fernando Chagas, a pandemia e a economia terão fortes influências na eleição presidencial de 2022, devendo determinar o voto do brasileiro, que, por sua vez, afetará também a votação para a escolha dos governos estaduais.

O cientista político frisou que sempre houve a divisão entre conservadores e progressistas no País, porém isso se acentuou com as manifestações no ano de 2013.

“Essa polarização entre os pensamentos políticos e ideológicos se acentuaram durante a pandemia, em que os negacionistas, liderados pelo presidente Jair Bolsonaro, não acreditam na existência do coronavirus, na ciência e na vacina, enquanto os oponentes reagem também com um discurso radical, impedindo qualquer tipo de diálogo coerente, com argumentos factíveis, que possibilitassem o combate à pandemia e ao mesmo tempo abrissem espaço para o debate divergente, mas pacífico”, acrescentou Chagas.

Eventos

Estádios de futebol ficaram vazios/ Foto: Divulgação

Em relação aos eventos, houve grandes novidades, sem a presença do público, os artistas precisaram inovar e eles se saíram bem. Logo no início da pandemia, o fenômeno das lives ganhou destaque, alcançando milhares de pessoas. É evidente que os shows pela internet não vão substituir o espetáculo com público, porém as lives acabaram sendo uma bela fórmula de entretenimento. O pioneiro neste quesito de lives foi o cantor sertanejo, Gustavo Lima.

Já na área esportiva, os torneios voltaram sem público, mas com o andamento da vacinação existe a possibilidade da volta ainda que pequena do público, como na final da Libertadores. Até lá o som da arquibancada continuará sendo substituído pelas caixas e o potente sistema dos estádios e ginásios.

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