O Ministério da Saúde recomendou suspensão da vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades. A recomendação veio a partir de uma nota técnica publicada na última quarta-feira (15).
No documento, a Secretaria Extraordinária de Enfretamento à Covid-19 diz ter partido de algumas premissas para fazer a orientação. De acordo com a pasta, a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda a imunização de crianças e adolescentes, com ou sem comorbidades, além disso, adolescentes sem comorbidades acometidos pela Covid-19 apresentam evolução benigna e permanece assintomática.
Em nota, o estado de São Paulo informa que não irá aderir e lamenta a decisão do Ministério da Saúde, por dizer que ela vai na contramão de autoridades sanitárias de outros países.
“A vacinação nessa faixa etária já é realizada nos EUA, Chile, Canadá, Israel, França, Itália, dentre outras nações. A medida cria insegurança e causa apreensão em milhões de adolescentes e famílias que esperam ver os seus filhos imunizados, além de professores que convivem com eles”, diz em nota.
No estado, a imunização dessa faixa etária começou no dia 18 de agosto e até o momento, 2,4 milhões de pessoas já foram imunizadas, segundo o governo de São Paulo.
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), cobrou um posicionamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Isso porque a mesma autorizou o uso do imunizante da Pfizer em adolescentes a partir de 12 anos, mesmo sem comorbidades.
“Entendemos que a vacinação de adolescentes cumpre importante papel na estratégia de controle da pandemia no Brasil, que em cenário anunciado pelo Ministério da Saúde de ampla disponibilidade de doses no PNI, o Brasil deve, conforme autorização da Anvisa, avançar na antecipação da D2 para 8 semanas, concluir a vacinação da população adulta e avançar na vacinação de adolescentes”, descreveu o ofício enviado a Anvisa.
A nota técnica do Ministério não informa o que irá acontecer com os adolescentes que já foram vacinados.