O efeito Ômicron e festas de fim de ano começam a pressionar o sistema de saúde em Santos.
Durante todo o mês de janeiro, a cidade viu o número de internações por Covid-19 ter um aumento significativo.
Para se ter uma ideia, no dia 23 de dezembro, apenas 21 pessoas estavam internadas no município (11 em UTI).
A taxa de ocupação de leitos de UTI/Covid era de 25% (96 leitos disponíveis).
Já nesta segunda-feira (31), o número de internados teve um crescimento de mais de 600%.
Dessa forma, 127 pessoas estavam internadas (57 em UTI). Assim, a taxa de ocupação de leitos UTI/Covid aumentou para 74%. (120 leitos disponíveis).
Vale destacar que de 23 de dezembro até 31 de janeiro, a cidade abriu mais 24 vagas de leitos UTI/Covid.
Neste período, Santos contabilizou 134 óbitos por Covid-19. No total, já são 2.317 mortes no município pela doença.
Nos últimos dias, o número de internações chegou a ultrapassar 130, como na última quinta-feira (27). É o maior número desde julho do ano passado, quando a Baixada Santista estava na fase de transição do Plano São Paulo.
Novos Leitos
Em relação a abertura de novos leitos, a Secretaria de Saúde de Santos informou que tem condições de abrir mais leitos, caso isso seja necessário.
Além disso, a Prefeitura destacou que segue as diretrizes do Plano SP, assim o município voltou a impor regras para o funcionamento das atividades comerciais, limitando a capacidade de público/clientes a até 70%, e manteve a obrigatoriedade do uso de máscara facial, além do distanciamento e protocolos de higiene.
Casos
A variante Ômicron causou uma explosão de casos de Covid no Brasil.
Com isso, a média móvel de casos bateu recorde na última semana.
Na quinta-feira (27), o País registrou mais de 228 mil casos em 24 horas. Em termos comparativos, é como se toda a população de Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe pegasse o vírus em apenas um dia.
Especialistas acreditam que o número seja ainda maior por conta das subnotificações.
Uma das causas para esse panorama é a falta de testagem nos municípios do Brasil e no exterior.
Vale destacar que a cidade adota uma série de exigências para a realizar a testagem nos munícipes.
Assim, as pessoas estão buscando por testes em farmácia, porém também encontram dificuldades.
A Reportagem entrou em contato com uma drogaria em Santos que informou é necessário o agendamento para fazer o teste e a pessoa tem que esperar um prazo de 3 dias. O teste custa R$ 120. Além disso, a busca por testes é intensa nos drives-thrus.
Para fazer o procedimento é necessário paciência, haja visto o tamanho da demanda. Um dos locais que oferecem essa opção em Santos fica em uma unidade de saúde privada na Av. Francisco Glicério, próximo ao Canal 3. A procura é tão grande que em diversos momentos da manhã a fila de carros chega à Av. Ana Costa.
Necessidade de restrições
O neurocientista Miguel Nicolelis em entrevista ao Jornal Enfoque/Manhã de Notícias defendeu a necessidade de restrições para conter o avanço da variante Ômicron no País. “A prioridade nessas circunstâncias é quebrar a transmissão do vírus que está alta.
Dessa forma, é necessário o aumento do isolamento social, o cancelamento de grandes aglomerações (jogos de futebol e shows) e tentar diminuir o número de infectados, pois esse vírus traz uma gravidade aguda e sequelas crônicas”, destacou o neurocientista.
Vacinação
Mais de 360 mil pessoas já completaram o esquema vacinal na cidade de Santos, o que significa uma taxa de 83,71% da população.
Já na dose adicional, a margem em Santos está em 38,46%.