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15 DE JUNHO DE 2022

Etanol mundial

Por: Da Redação

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O Etanol ressurgiu com a economia de baixo carbono e a “commoditização” vai consolidar o biocombustível como uma alternativa viável para enfrentar a crise energética contemporânea em escala mundial.

Quando o primeiro choque do petróleo fez a cotação internacional do produto aumentar em mais de 400%, o Brasil importava 70% do que consumia (década de 70). Diante de um possível apagão energético, o Governo resolveu estimular a produção e o uso do etanol para reduzir a dependência do combustível fóssil.

De lá para cá, o biocombustível já substitui 50% de toda gasolina vendida no país e melhora, sobremaneira, a qualidade do ar das metrópoles brasileiras.

É certo que esta história teve altos e baixos. Na década de 1980, era só sucesso, com 60% dos veículos vendidos movidos a etanol. Logo depois, com a queda dos preços do petróleo, o interesse do mercado voltou-se para automóveis à gasolina e o biocombustível foi praticamente abandonado.

A retomada veio somente a partir de 2003 na esteira de uma discussão mundial a respeito do aquecimento global, haja vista que o etanol pode reduzir a emissão dos Gases de Efeito Estufa (GEE’s) em até 90%.

O Brasil transformou-se, então, em referência mundial com uma alternativa sustentável de mobilidade urbana que reduz a importação de petróleo e, ao mesmo tempo, mitiga as emissões de GEE’s – a cidade de São Paulo, por exemplo, possui uma qualidade do ar melhor do que há 30 anos.

São benefícios que já poderiam ser percebidos em escala global se o etanol fosse produzido e consumido nos quatro cantos do planeta. Por isso a importância de transformá-lo em uma commodity.

A commoditização nada mais é que padronizar uma mercadoria para que seja transacionada internacionalmente sem taxações ou barreiras, assim como o café, o açúcar e o petróleo.

Isso possibilitará negócios de longo prazo e maior previsibilidade para a produção – uma garantia contra a volatilidade das cotações. Defendi essa proposta na 15ª ISO DATAGRO – Conferência Internacional, que discutiu as principais questões da indústria global do açúcar e do etanol, lá em Nova York.

As commodities são agentes promotores de desenvolvimento econômico. Veja o caso da soja no Cerrado brasileiro. Desde a introdução da leguminosa, o PIB da região quadruplicou e a melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano comprova isso – o que se vê, em todo lugar, são empreendimentos comerciais e industriais ligados à soja gerando emprego e renda.

Esse efeito multiplicador pode impactar também a cadeia produtiva do etanol, assegurando benefícios para todos os brasileiros.

O que precisamos agora é estimular que novos players contribuam para a produção mundial do biocombustível, hoje concentrada nos Estados Unidos e no Brasil.

Por isso a importância do Sustainable Mobility: Ethanol Talks, evento por meio do qual o Governo Brasileiro que está apresentando o caso de sucesso do etanol brasileiro a países com vocação natural para a produção de açúcar – a Guatemala foi escolhida para sediar o primeiro encontro.

Diante do desafio de combater as mudanças climáticas, a “commoditização” do etanol é uma solução imediata, economicamente viável e ambientalmente sustentável para reduzir as emissões dos GEE’s e, nesse novo mercado, o Brasil é um candidato natural para ser protagonista.

Arnaldo Jardim é deputado federal pelo Cidadania e presidente da Frente Parlamentar pró Setor Sucroenergético.

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